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É a hora do delivery - a aceleração das entregas de alimentos no país

Por: Bernardo Carneiro

Formado em Administração com Ênfase em Finanças e Mestre em Estratégia pelo IBMEC, também é graduado pela Harvard Business School (OPM 49). Possui mais de 15 anos de experiência em e-commerce, participou da fundação da Braspag, Netcredit, MoIP e Site Blindado. Atualmente é sócio diretor na Stone Pagamentos.

No início do ano, algumas notícias anunciavam a expansão do segmento de delivery no Brasil. Um estudo da consultoria RankMyApp identificou que, em apenas 3 meses, o número de instalações de aplicativos de entregas rápidas superou em mais de 60% o total registrado ao longo de 2019. No entanto, o crescimento desse serviço já vem de décadas.

Nos anos 1990, o delivery já despontava como tendência para a logística das empresas. Segundo o Sebrae SP, naquela época, o setor crescia entre 60% e 80% apenas na capital paulista.

A explosão do e-commerce na pandemia

Com o isolamento social e o fechamento do comércio para impedir a transmissão da Covid-19, as lojas físicas viram a necessidade da transformação digital para atender à demanda dos consumidores online. Foi então que vimos a explosão do e-commerce com alta de 400% no número de lojas que abriram um canal de vendas online no período da quarentena — segundo levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.

Impulsionado pelas novas plataformas e pela capilaridade de operações, que facilitam o acesso ao consumidor, o delivery se fortaleceu. Tornou-se uma opção natural de consumo e uma ferramenta necessária para a sobrevivência dos negócios e da sociedade. Para se ter ideia, o setor de alimentação foi um dos primeiros a sofrer os impactos da crise. De acordo com levantamento do Sebrae, desde o início da pandemia, cerca de 50% dos comerciantes perderam mais de 75% do faturamento.

Com a migração do varejo do mundo físico para o virtual, os gastos com os principais aplicativos de entregas focados em comida cresceram 103% no primeiro semestre de 2020, segundo pesquisa da Mobills. Embora tenha se tornado protagonista nesse setor, o delivery foi além do popular serviço de entrega rápida de comida. Para reduzir as perdas dos negócios, a modalidade logística foi integrada ao ecossistema de outros setores como: supermercados, farmácias, lojas e escritórios em geral e até o e-commerce.

O delivery para além da quarentena

Essa tendência tem demandado uma postura de inovação do varejo. A venda online traz complexidades diferentes que vão desde se conectar a marketplaces, como atrair um cliente no ambiente digital e a própria plataforma de delivery. Algumas empresas têm buscado ajudar os empreendedores nesse desafio simplificando o processo para o delivery não ser uma dor de cabeça a mais.

Contudo, mesmo com a reabertura do mundo físico, o uso do serviço só tende a crescer. Segundo estudo do Instituto Qualibest — que compara hábitos de alimentação antes e após a quarentena —, a adesão ao delivery segue em alta de 60%. Isso certamente vai contribuir para cada vez mais um consumidor multi-canal. Afinal, ele vai comprar na loja física principalmente por conta da experiência e no digital por conveniência.

Em última análise, o delivery foi a salvação do varejo de alimentos durante essa transformação digital. Ele levou mais comodidade e segurança ao consumidor e garantiu uma retomada mais segura aos estabelecimentos, mesmo que não presencialmente.