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Data Analytics: como utilizar informações para criar ofertas estratégicas e vender mais

Por: Galleger Ilhe

CEO da Bis2Bis E-commerce, empresa especializada no desenvolvimento de lojas virtuais de alto desempenho. Galleger Ilhe possui mais de 20 anos de experiência com programação e consultoria de e-commerce, produz diversos conteúdos online e ministra palestras Brasil afora, ajudando empreendedores a vender mais no mundo virtual.

A cada dia, novas ferramentas, recursos e funcionalidades são criados no universo da tecnologia e da informação. Para o e-commerce, uma dessas ferramentas são os dados ou Data Analytics. Há quem pense que esse tipo de recurso só pode ser usado por grandes lojas, pelo contrário, pequenos e-commerces também podem registrar seus dados e analisá-los para fazer adequações em sua estrutura e processos e até para criar ações estratégicas mais personalizadas e segmentadas em sua base de clientes.

Para a criação de campanhas e ofertas segmentadas, é preciso que o lojista concentre seus esforços em analisar dados comportamentais de sua base de clientes, além de cruzá-los com os dados de estoque. Mas, antes disso, é preciso saber quais perguntas fazer e, aí sim, os dados darão as respostas. Por isso, muitas vezes, o ideal é optar por uma assistência especializada, afinal, tão importante quanto saber quais perguntas fazer é saber como interpretar as respostas.

Com softwares especializados e relativamente acessíveis, como o Google FS ou o Apache Hadoop ou até mesmo ferramentas comuns, como Web Analytics e ERPs – que fornecem informação sobre o comportamento do consumidor e sobre processos operacionais da loja – é possível ter insights preciosos, basta cruzar os dados e encontrar um padrão em relação àquilo que se busca.

Imaginemos uma loja de artigos e moda esportivos. Por meio da análise dos dados de um ERP é possível descobrir qual a categoria de produtos tem a melhor saída. Nesse caso, são as camisetas. Com o mesmo software – considerando que ele também inclua o cadastro dos clientes – é possível apontar quais os clientes que mais compram camisetas no período de seis meses. Com essa lista de consumidores em mãos dá para apontar qual a faixa de preço preferida por cada um, cor, tamanho, modelo e frequência individual. A partir dessas informações o empreendedor pode criar uma campanha personalizada e incentivar esses consumidores a comprarem ainda mais do que eles já estavam acostumados. Um tipo de promoção interessante seria a progressiva, que oferece descontos de acordo com a quantidade de peças que o cliente leva, por exemplo: compre uma camiseta e ganhe 10% de desconto, compre duas e ganhe 20%, compre três e ganhe 30% e assim sucessivamente. Ou “compre quatro camisetas e ganhe 25% de desconto”. Nesse caso, é importante criar uma promoção que conceda o desconto para atrair, mas que, ao mesmo tempo inclua uma boa quantidade de produtos – ao invés de colocar o desconto em uma peça, colocar em duas, três ou mais.

Por outro lado, esse mesmo ERP, utilizado para criar a campanha acima, também possibilita que o lojista descubra quem são seus mais novos clientes, aqueles que acabaram de se cadastrar e ainda não realizaram nenhuma compra. Desse modo, é possível criar uma promoção segmentada, oferecer um desconto exclusivo, que incentive essas pessoas a comprar pela primeira vez, afinal, mesmo cadastradas, elas ainda são clientes em potencial.

Várias são as alternativas, os diferentes softwares e ferramentas que possibilitam o uso dos dados, além dos inúmeros cases de sucesso. Contudo, o foco desse texto é mostrar que, com recursos simples que o lojista, muitas vezes, já tem em mãos, é possível utilizar a Big Data em favor do negócio, sem fazer grandes investimentos e acabar com um ferramenta supercomplexa, mas que, na verdade, não se adapta à estrutura do seu negócio. Até porque, investimentos maciços e especializados em soluções de Big Data são possíveis, mas ainda custam caro e, normalmente, fogem da realidade de quem é pequeno ou médio. Por isso, é preciso adaptar. Com criatividade, ideias dinâmicas e soluções simples, a Big Data é uma arma poderosa nas mãos de quem sabe como usá-la.