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Cross border: o poder do comércio transfronteiriço

Por: Tiago Moraes

Bacharel em Análise de Sistemas, empreendedor e apaixonado por tudo que envolve o varejo digital, é fundador e CEO da agência e-Plus, E-commerce e Marketing Digital.

Termo em inglês que ao pé da letra significa “além da fronteira”, o cross border é o nome dado ao comércio transfronteiriço, isto é, aquele feito do seu país para outro. No e-commerce, ele abrange as vendas de produtos realizadas por meio de uma loja virtual como a sua para consumidores do exterior. Em outras palavras, este é um tipo de comércio onde a proposta é alcançar clientes e fregueses online internacionais.

Em 2018, de acordo com relatório da Zion Research citado pelo Think With Google[MGP1] , o mercado cross border valia cerca de US$ 562 bilhões. Agora, com uma taxa de crescimento anual de 27,4%, esse mercado poderá valer US$ 4 trilhões em 2027. Esta extraordinária previsão de crescimento atrai os olhares de empreendedores como você, que também querem aproveitar o momento para surfar nesta onda.

Panorama do cross border

Como dito, o futuro do cross border promete. Mas e atualmente, como este mercado está? Pois confira agora alguns números que mostram exatamente isso:

  • 82% dos consumidores online do mundo já fazem compras no exterior (Fierce Retail citada por VTEX);
  • 57% foi o aumento das exportações nacionais entre 2020 e 2021 (Forrester citada por VTEX);
  • 22% das remessas de produtos de comércio eletrônico serão feitas na esfera do comércio transfronteiriço em 2022 (Statista citado por CED Commerce);
  • 80% dos varejistas em todo o mundo concordam que o cross border é lucrativo (eMarketer citada por Syncee).

Como se pode observar, o cross border já é uma realidade. E cada dia mais empresas estão embarcando neste mercado. E não é por menos, pois o comércio transfronteiriço permite construir uma autoridade de marca globalmente, fazer vendas em vários países e sobretudo aumentar a receita.

Como implantar um e-commerce cross border?

O primeiro passo para implantar um e-commerce cross border é criar um planejamento detalhado, o qual abranja fatores como a velocidade da internet do país onde se pretende vender, a forma como será feito o suporte ao cliente, as preferências de pagamento da região, a interpretação da cultura local e a questão do idioma, por exemplo.

Para você ter uma ideia, 65% dos consumidores preferem conteúdo em seu idioma, de acordo com estudo da CSA Research citada por Syncee. Além disso, segundo o mesmo estudo, 40% dos consumidores não compram em sites em outro idioma que não seja o oficial de seu próprio país. Sendo assim, é muito importante traduzir tudo o que houver em sua loja virtual antes de começar a vender no exterior.

Além disso, é preciso ficar atento às legislações internacionais que geram uma série de obrigações que os comerciantes devem cumprir. Desse modo, você fará bem ao inteirar-se sobre as leis de e-commerce que vigoram em cada país, bem como as leis de proteção de dados, entre outras.

Outro ponto fundamental é que para atuar no cross border é necessário ofertar produtos com preços mais baratos do que no país de destino. Isso porque 67% dos consumidores globais que compram no exterior estão comprando porque os preços são mais baixos fora de seu próprio país, conforme dados divulgados em infográfico do Invesp.

É essencial planejar também como será o seu processo logístico de entrega, trocas e devoluções de produtos. Neste aspecto, vale dizer que a maioria dos consumidores internacionais prefere frete grátis ao invés de frete rápido, segundo dados divulgados no Think With Google.

E por último, mas não menos importante, você precisa escolher a plataforma e-commerce mais adequada para o seu projeto. Pesquise, então, dentre as plataformas mais renomadas para comércio cross border, qual é aquela que poderá oferecer mais vantagens para o seu empreendimento. Se você já usa uma plataforma, verifique se ela permite esse tipo de operação. Caso contrário, faça uma migração.

Leia também: Simplificando o cross border: como fazer parte da nova tendência do e-commerce