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Contas falsas nas redes sociais viram dor de cabeça para o e-commerce

Por: Fernando Hoppe

Tem grande experiência em gestão de marcas e de produtos, passando por empresas como Itaú e Newell. Atualmente, é Head de Negócios do ThreatX, uma iniciativa do hub de inovação da ClearSale.

Que a segurança antifraude do e-commerce é fundamental para o sucesso do negócio, todo lojista virtual já sabe. No entanto, o que tem chamado a atenção, principalmente nos últimos meses, é o número crescente de contas falsas das marcas nas redes sociais. Devo lembrar que elas causam inúmeros prejuízos financeiros e de credibilidade ao comércio eletrônico e aos seus respectivos consumidores.

O problema acontece, entre outros fatores, porque fraudadores (buscando driblar os mecanismos de proteção existentes para as plataformas de e-commerce) migraram boa parte de seus esforços para as redes sociais. Nessas plataformas, em tese, há uma facilidade maior para atuar anonimamente e com um bom índice de sucesso.

As marcas dentro das redes sociais

Nas redes sociais há uma facilidade maior para atuar anonimamente e com um bom índice de sucesso.

Com promoções sedutoras e oportunidades atraentes, os fraudadores abordam clientes por meio dos perfis falsos e cometem diversos tipos de golpes, seja com transferências diretas de valores (via Pix, links de pagamento, etc) ou mesmo com a simples obtenção de dados sensíveis (dados bancários, senhas, números de cartões, etc). Vale reforçar que isso servirá para a prática de diversas outras fraudes em ocasiões posteriores.

E engana-se quem pensa que este prejuízo fica apenas com o consumidor que cai no golpe. Desprotegidas, as marcas sofrem arranhões consideráveis em sua imagem e credibilidade, o que é comprovadamente mais prejudicial do que os rombos financeiros diretos que a fraude pode causar em um primeiro momento.

Pior do que isso: derrubar perfis falsos, em muitos casos, não é uma tarefa fácil. Além da grande quantidade desse tipo de página (muitas vezes quase impossível de rastrear), há ainda o fato de que muitas delas não violam diretamente as regras de uso das redes sociais até que se comprove o uso indevido do nome de uma determinada marca.

Tudo isso, somado ao já conhecido fantasma da impunidade no Brasil, faz com que todas as marcas fiquem vulneráveis e desprotegidas contra este tipo de problema. Por isso, é primordial que se trate esta questão com a mesma seriedade com a qual o e-commerce passou a tratar a fraude em suas plataformas de vendas.

Felizmente, no entanto, o próprio mercado já oferece soluções que podem ajudar neste sentido. Por meio do equilíbrio entre inteligência artificial, modelos e algoritmos, e um time de hunting especializado, é possível realizar um trabalho de proteção. Neste caso ele identifica, monitora os padrões definidos, identifica as ameaças que podem estar tentando se passar pelas marcas e solicita a retirada do ar rapidamente dos perfis comprovadamente falsos que estão a serviço do crime nas redes sociais.

Além disso, antes mesmo de procurar este tipo de solução, os varejistas online devem sempre reservar parte de seus esforços e investimentos para conscientizar seus consumidores. Basta pensar que, se os clientes sabem como proteger os próprios dados, mais difícil será para os fraudadores cometerem seus crimes. Portanto, oriente o consumidor sobre como proceder em caso de contatos suspeitos, principalmente evitando o pagamento antecipado por qualquer produto ou serviço e jamais compartilhando dados sensíveis por meio deste tipo de contato.

Dessa forma, começa-se a criar uma rede de proteção em todo o mercado. Afinal de contas, quanto mais se conhece e compartilha sobre a forma como operam estes criminosos, mais claro fica o caminho para combatê-los. A perspectiva para o e-commerce nos próximos meses é de crescimento ainda maior, e a segurança para que isso aconteça de maneira saudável e sustentável é fundamental. Vamos em frente!