Logo E-Commerce Brasil

Como o coronavírus impactou o setor de eventos

Por: Mayara Sueto

Analista de Marketing e Parcerias na Anymarket. Atua na área de parcerias e marketing há mais de 5 anos na área tecnológica. Formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Marketing e Propaganda.

2020 começou sob a sombra do coronavírus. O coronavírus se espalhou para o mundo a partir da China, causando febre, tosse, dificuldade respiratória e uma onda de medo, isolamento e mortes. No Brasil, a confirmação do primeiro caso foi em março, logo após o Carnaval. Hoje já são mais de 2.000 casos confirmados e 50 mortes.

Vários setores pararam as atividades e mandaram os funcionários para casa, porém a recomendação de não sair de casa traz impacto óbvio à economia. O assunto é discutido pelo governo, empresários e analistas com a mesma intensidade com que profissionais de saúde discutem sobre as ações de combate à doença.

Entretanto, um setor específico foi extremamente afetado, não apenas pela parada dos negócios em si, mas principalmente pela rede de parceria e troca de informação que ele cria: o de eventos.

O cancelamento dos eventos

Com o decreto de Estado de Emergência na cidade de São Paulo, logo, a maioria dos eventos, foi cancelada ou adiada.

Porém, apesar de muitos organizadores terem mudado para o ambiente online, é importante salientar que há uma série de prestadores de serviço que trabalham apenas com a produção de grandes eventos — e que agora estão fora da jogada para que todos se protejam.

Segundo um organizador de eventos, apesar da maioria dos eventos ter sido remarcada para a segunda metade do ano, um bom número de contratantes decidiu cancelar a iniciativa por não encontrar data para remarcar.

“Não há previsão para essa crise acabar. Mesmo tendo um grande número de freelancers, eu ainda tenho funcionários fixos, que mesmo estando sem serviço, precisam receber o salário mensalmente. É nessa hora que pensamos: de onde vamos tirar?”, frisou.

Para Tiago Baeta, Diretor Executivo da E-Commerce Brasil, “o mercado de eventos foi fortemente impactado. São meses de planejamento que, simplesmente, não poderão ser realizados esse ano”.

As perdas dos eventos

Outra grande perda dos eventos, além da movimentação para as empresas do segmento, é algo menos tangível, mas igualmente importante: as redes de negócios!

Os networkings são um dos bens mais preciosos dos eventos, pois a troca de experiência e de contato fazem as empresas formarem parcerias fortes, que ajudam no crescimento do mercado. Entretanto, com o cancelamento dos eventos, ao menos no primeiro semestre, as empresas estão tendo de se reinventar.

Segundo Beatriz Castro, Head de Parcerias do ANYMARKET, com a chegada do coronavírus ao Brasil e o cancelamento dos eventos, não apenas os relacionamentos entre as empresas brasileiras foram prejudicados, mas também, com as empresas internacionais.

“As pessoas estão com medo de sair, estão com medo de contaminar aqueles que amam e preferem seguir à risca o isolamento. Não por menos, pois é melhor nos protegermos agora do que sofrermos perdas irreparáveis no futuro”.

As soluções para alguns dos problemas

As pequenas empresas que prestam esses serviços merecem atenção por parte das grandes organizadoras. Manter o contato é uma das ações, mesmo em tempos de isolamento. Saídas criativas e maneiras de driblar o distanciamento físico é outro ‘remédio” durante a crise.

O ANYMARKET, por exemplo, trocou eventos presenciais em diversas cidades do país por webinars com o mesmo conteúdo.

O E-Commerce Brasil adiou o Marketplace Conference presencial, mas desenvolveu o evento online, onde todo o conteúdo foi gratuito e focado em e-commerce.

A VTEX decidiu seguir o mesmo caminho. Os conteúdos são voltados para o e-commerce, mas com foco na crise provocada pelo coronavírus.

Entre os desafios para esses eventos, destaque para a habilidade de manter o networking apesar de o evento ser realizado remotamente. É possível conversar durante a realização de uma palestra, mas durante um webinar assistido em casa, por exemplo, não.

Ações

É importante que neste momento, além da preocupação com a saúde de todos, tenhamos uma preocupação real com a saúde financeira não apenas do país, mas do mundo. As grandes empresas, que conseguem manter seus eventos, mesmo que em datas diferentes, devem auxiliar pequenas empresas que têm somente essa fonte de renda como forma de manter os empregos e as portas abertas.

Já os networkings, reuniões com câmeras ligadas através de aplicativos de mensagens instantâneas e conversas constantes entre as empresas por meio de grupos montados pelas empresas organizadoras dos eventos online também acaba sendo uma ótima maneira de transformar os relacionamentos, neste período de pouco contato físico.

Além disso, a troca de conteúdo entre as empresas e a captação de leads através desses eventos podem ajudar as empresas a manter seus produtos e serviços atualizados e sendo oferecidos a seu público-alvo, assim como já funcionava antes, só que de maneira online.