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Como gerenciar seu e-commerce seguindo o exemplo dos Rolling Stones

Por: Michele Prado

Michele Prado tem mais de 13 anos de experiência em comunicação e marketing nos segmentos de e-commerce, logística, startups, fintech e educação. Impulsionou a conversão de diversas empresas com estratégias para aquisição de clientes, branding, marketing digital e automação.

A última edição do Fórum E-commerce Brasil foi marcada por grandes encontros e lições, mas, curiosamente, duas palestras tiveram um ponto em comum: o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella e o CEO do Walmart.com Brasil, Paulo Sérgio Silva, citaram o quanto os profissionais de e-commerce precisam aprender com o exemplo de uma das maiores bandas da atualidade: os Rolling Stones.

A comparação não é para menos. Em tempos de inovações e grandes mudanças, nada como analisar como um grupo com mais de 50 anos consegue manter o sucesso contínuo, emplacando ritmos e dominando as listas de álbuns mais vendidos da história. A seguir, confira alguns pontos levantados pelos palestrantes:

Aposte na inovação

Em primeiro lugar: tenha medo da estabilidade. E não se preocupe se você não sabe exatamente se o caminho que está seguindo é o melhor ou o mais correto. A dúvida, muitas vezes, é o que nos impulsiona adiante e faz com que busquemos novos conhecimentos e soluções inovadoras.

Apesar das insinuações sexuais, a famosa música (I Can’t Get No) Satisfaction também pode ser interpretada como uma constante insatisfação no mundo, o que, segundo Cortella, é o segredo para a inovação. “Na vida é preciso ter insatisfação positiva, que é quando queremos mais e melhor. Há um nome para isso: ambição. Mas não confunda com ganância, que é quando se quer algo a qualquer custo”, contou Cortella.

Curiosamente, esse hit foi o responsável por alçar a banda ao estrelato e até hoje é entoada por pessoas das mais diversas gerações. “Ela nos fez deixar de ser uma banda qualquer para nos tornarmos uma banda gigantesca, monstruosa”, certa vez disse Mick Jagger à revista Rolling Stone.

Acredite no poder da prática

Apesar de se conhecerem há décadas e saberem exatamente as manias, pontos fortes e fracos de cada um, os integrantes da banda ensaiam exaustivamente antes de cada turnê, muitas vezes até mais de oito horas por dia.

Nos shows do cinquentenário da banda, Mick Jagger revelou que os Rolling Stones ensaiaram cerca de 70 músicas, tudo para garantir aos fãs uma completa harmonia sonora.

Segundo o estudo Deliberate practice: Is that all it takes to become an expert?, publicado pelo periódico Intelligence, anos de treino em determinada atividade não são suficientes para alcançar o sucesso: a aptidão natural e a idade também podem ser determinantes para isso. No entanto, ainda assim o tempo de dedicação responde a um terço do sucesso atingido por uma pessoa.

Quanto mais dedicação e comprometimento com os negócios, buscando sempre alinhar e refinar todas as atividades da empresa – mesmo que algumas sejam realizadas há anos –, mais chances de obter sucesso.

Reinvente-se constantemente

Os Rolling Stones passaram por diversas fases musicais: foram uma banda cover, flertaram com o rock psicodélico, passaram pelo pop dos anos 1960 e até blues rock. Em nenhum momento perderam a capacidade de se reinventar e mesmo hoje, com 50 anos de história – e os integrantes com mais de 70 –, ainda são capazes de surpreender os fãs, mantendo um fôlego estonteante no palco.

Essa reinvenção vem desde os primeiros anos da carreira. Apesar do sucesso estrondoso dos Beatles, em nenhum momento os Stones quiserem ser como os mocinhos de Liverpool: eles seriam o contrário, os bad guys, e apostaram nisso. Reconheceram um nicho de mercado e o ocuparam.

Não deixar de ousar

Mesmo após conquistar o posto de um dos maiores grupos de rock ‘n’ roll do mundo, os Rolling Stones continuaram inovando e quebrando tabus. Logo após o fim do embargo econômico dos EUA a Cuba, a banda realizou um show gratuito em Havana, que reuniu cerca de 1,2 milhão de pessoas. Foi a primeira apresentação ao ar livre no país realizada por uma banda de rock britânica.

Assim como os Stones, para sobreviver no mercado é preciso refinar sua expertise, inovar e desenvolver a capacidade de reinventar-se constantemente. Afinal, pedras que rolam não criam musgo.