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Comércio eletrônico: um universo de oportunidades

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Por Juarez de Paula*
Gerente das Unidades de Comércio e de Serviços do SEBRAE
juarez@sebrae.com.br

O contexto

O desenvolvimento acelerado das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e a elevação do poder de consumo de mais de 40 milhões de brasileiros na última década são os principais fatores que explicam o significativo crescimento do comércio eletrônico no Brasil.

Nos últimos dez anos, segundo dados da e-bit (principal empresa de pesquisa sobre o comércio eletrônico no país), o varejo eletrônico cresceu 26,5 vezes, saindo do patamar de R$ 850 milhões em vendas, em 2002, para R$ 18,7 bilhões, em 2011.

No primeiro semestre de 2012, o varejo eletrônico vendeu R$ 10,2 bilhões, alcançando um crescimento de 21% em relação ao mesmo período no ano passado. O mercado projeta, no momento, numa estimativa prudente ou até mesmo conservadora, vendas de R$ 12,2 bilhões para o segundo semestre, o que representará um crescimento de 20% em relação ao mesmo período no ano passado, totalizando um movimento de R$ 22,5 bilhões em 2012, um crescimento também de 20% em relação a 2011.

O número de consumidores no varejo eletrônico cresceu de forma vertiginosa, saindo de 700 mil em 2000 para 31,9 milhões em 2011. O ano de 2012 já somou, no primeiro semestre, mais 5,6 milhões de novos consumidores, totalizando 37,6 milhões de consumidores. A tendência é que o crescimento se mantenha, na medida em que também cresce o número de usuários da Internet. No ano de 2001 o país tinha 9,8 milhões de usuários com acesso à Internet, sendo que em 2011 esse número já era de 79,9 milhões de usuários.

Na perspectiva de gênero, o comércio eletrônico atrai homens (51,2% dos consumidores) e mulheres (48,8% dos consumidores) de forma equilibrada, mas é um território de jovens, no qual 60,5% têm entre 15 e 34 anos, e 32,2% têm entre 35 e 54 anos. Isso significa que existe uma forte tendência de que o varejo eletrônico subtraia clientes do varejo convencional, sobretudo entre os consumidores mais jovens. Portanto, o varejo que não desenvolver uma estratégia multicanal tende a perder clientela ao longo do tempo.

O segmento apresenta uma forte concentração, com poucas e grandes empresas, mas as pequenas e médias empresas representam 12,7% das vendas, uma parcela bastante considerável e que tende a crescer, na medida em que o consumidor vai se deslocando do mercado de equipamentos de informática, eletroeletrônicos e móveis, para segmentos mais apropriados ao mercado de nicho, tais como viagens, moda (confecções, calçados e acessórios), cosméticos, artigos esportivos, entre outros.

No primeiro semestre de 2012, os segmentos que mais venderam foram: eletrodomésticos (13%); saúde, beleza e medicamentos (13%); moda e acessórios (11%); livros, assinaturas de revistas e jornais (10%); informática (9%).

 

A demanda

O SEBRAE identifica, no segmento de comércio eletrônico, dois perfis de clientes: as empresas que atuam exclusivamente no varejo eletrônico e as empresas do varejo convencional que passam a adotar estratégias de multicanal, atuando também no varejo eletrônico.

As empresas que já nascem com foco exclusivo no comércio eletrônico tendem a apresentar um tipo de demanda mais sofisticado, na medida em que, geralmente, resultam da iniciativa de empresários mais jovens e preparados para atuação no ambiente digital.

As empresas do varejo convencional que passam a atuar no comércio eletrônico tendem a apresentar um tipo de demanda menos exigente, mais introdutório, na medida em que, também geralmente, identificam essa atividade como complementar em relação às operações das lojas físicas. Porém, em muitos casos, as operações de varejo eletrônico podem crescer em volume de forma muito rápida, gerando as demandas típicas das empresas focadas exclusivamente no comércio eletrônico.

Numa abordagem bastante genérica, podemos classificar essas demandas em dois grupos: as soluções de front office e as soluções de back office. As soluções de front office são aquelas que dizem respeito à plataforma de acesso do consumidor, ou seja, a construção do site de vendas, a hospedagem em um servidor, as condições de segurança e de navegabilidade, as facilidades de busca e de pagamento etc. As soluções de back office são aquelas que dizem respeito à gestão e operação do negócio, ou seja, gerenciamento de estoques, logística de entrega, controles financeiros, inteligência para oferta customizada de produtos, relacionamento com os clientes etc.

Observamos que o mercado oferece poucas soluções de backoffice acessíveis e adaptadas às necessidades das micro e pequenas empresas. Além disso, por ser um segmento de negócios pouco maduro, constata-se uma carência generalizada de capacitação e uma oferta bastante limitada de força de trabalho especializada.

 

A atuação do SEBRAE

O SEBRAE Nacional possui um portfólio recente de produtos e serviços direcionado ao segmento de comércio eletrônico:

  • Conecte seu negócio: solução para criação do primeiro site de vendas desenvolvida em parceria pelo SEBRAE, GOOGLE e YOLA, disponível desde junho de 2011;
  • Primeiro E-commerce: solução de plataforma desenvolvida em parceria pelo SEBRAE e Mercado Livre, disponível desde setembro de 2012;
  • Internet para pequenos negócios: soluções na forma de cartilhas, palestras, oficinas, cursos presenciais e digitais, sobre diversas modalidades de uso da Internet para negócios;
  • Na Medida: soluções de capacitação em gestão para microempresas na forma de palestras, oficinas, cursos e consultorias, incluindo conteúdos sobre Internet, disponível a partir de julho de 2012;
  • INOVarejo: solução de difusão de informação sobre comércio eletrônico, uso de meios eletrônicos de pagamento e automação comercial, operada através do Programa ALI – Agentes Locais de Inovação;
  • Ciclo MPE-Net 2012: ciclo de palestras sobre comércio eletrônico organizado pela Câmara E-Net e patrocinado pelo SEBRAE, incluindo 25 cidades;
  • ECOM 2012: ciclo de palestras sobre comércio eletrônico organizado pela CNDL e patrocinado pelo SEBRAE, incluindo 14 cidades;
  • Feira do Empreendedor On-Line: solução de plataforma para aproximação entre potenciais empreendedores e oportunidades de negócios;
  • Bolsa de Negócios: solução de plataforma para aproximação entre empreendedores e potenciais fornecedores.

Atualmente, os produtos e os serviços oferecidos pelo SEBRAE estão concentrados em atividades de sensibilização, capacitação inicial e introdutória e soluções de front office. Ainda não há oferta de soluções de backoffice (?), embora reconheçamos que aqui estão localizados os principais problemas das empresas do segmento.

Justamente por isso, o SEBRAE tem interesse em contratar serviços especializados para desenvolvimento de soluções de backoffice acessíveis e adaptadas às necessidades das micro e pequenas empresas, como também em prospectar soluções inovadoras e acessíveis no segmento de mobile commerce (comércio eletrônico pelo celular).

O SEBRAE reconhece que, nesse segmento, sua reputação institucional não é comparável com o reconhecimento que alcança nos demais setores de atividade econômica. Por isso, vamos investir, de forma arrojada, na preparação de pessoal técnico especializado para atendimento no segmento de comércio eletrônico em todo o país. Estamos abertos e interessados em boas parcerias.

 

*Juarez de Paula
Gerente das Unidades de Comércio e de Serviços do SEBRAE
juarez@sebrae.com.br

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