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Cinco erros para evitar na hora que abrir o próprio e-commerce

Por: Dener Lippert

Fundador e CEO da V4 Company, assessoria de marketing que implementa e otimiza processos de vendas através da internet. Speaker e Mentor de conteúdos estratégicos sobre Growth, Gestão, Marketing Digital e Empreendedorismo, já palestrou para empresas como a Dell, Gestão 4.0, ActionCoach, Universidade La Salle, Club&Casa Summit, Gramado Summit, dentre outras mais. Como escritor, tem artigos em sites como Administradores.com, Mundo do Marketing, E-commerce Brasil, e em 2021, lançará seu primeiro livro autoral: O Cientista do Marketing.

Durante o ano de 2020 percebemos a necessidade de digitalizar o próprio negócio e começar e vender no online. De acordo com pesquisa da Criteo, 56% dos consumidores brasileiros afirmaram que compraram um produto no e-commerce pela primeira vez entre abril e dezembro de 2020. Neste mesmo estudo, 94% pretendem continuar comprando nas lojas online. Porém, é comum cometer erros durante esse processo de transformação da sua loja. Por isso mesmo vou listar cinco equívocos que mais vejo na construção de um novo e-commerce.

1 – Nicho de mercado

O Mercado de e-commerce no Brasil é extremamente competitivo, com margens baixas e operações complexas. Portanto, a primeira grande decisão que você terá que tomar caso queira iniciar no digital é o nicho no qual você fará parte. Dependendo do segmento que ingressar, poderá enfrentar barreiras de entradas mais altas. Mas, caso opte por determinados setores, isso poderá favorecer a sua operação.

Para dar um exemplo, vamos supor que você entre no mercado de moda. Trata-se de um setor com alta concorrência e que não tem uma diferenciação de produtos. Como marinheiro de primeira viagem você pode se dar muito mal. Mas, caso opte pelo segmento de iluminação, área ainda arcaica e que precisa de inovação, isso o torna atrativo para se fazer negócios.

Temos que entender que apesar do e-commerce ter crescido exponencialmente durante a atual crise, ele ainda representa apenas 5% do varejo no país — contra 15% se comparado ao mercado norte-americano. Como citei acima o segmento de moda, e que não tem diferenciação de produto, o ponto determinante aqui passa a ser a loja física.

Já no exemplo do e-commerce de iluminação, ou mesmo de materiais elétricos, o fator é o de dar acesso a um produto que, em muitos lugares, o consumidor não teria uma loja física, principalmente em regiões mais afastadas. Por isso, a escolha do nicho respeita a lógica por trás do site online.

2 – Preço competitivo

O segundo erro muito repetido é a precificação. Vamos supor que você passe a vender equipamentos médicos hospitalares. Como o e-commerce é “todo mundo na mesma avenida”, você terá que oferecer preço. Diferentemente do físico, que você pode escolher um ticket maior naquele ponto exclusivo que o cliente irá aceitar, no digital não. Afinal, você está lado a lado com seus principais concorrentes.

A menos que seu produto tenha uma grande diferenciação, e na maioria das vezes isso não ocorre, a competitividade se dará pelo valor. Existem também outras alternativas de ofertas, o que não necessariamente impacta no preço, mas transforma a experiência de compra.

3 – Operação de logística

A maior parte das vendas no e-commerce concentra seu potencial na região sudeste. Por isso, caso você não tenha uma operação em São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais, possivelmente terá um preço de frete muito alto e um timing para entrega mais extenso — consequentemente, isso diminuirá ainda mais seu poder de competitividade.

Caso seu CD ou sua loja fique em outra região (sul, centro-oeste, norte, nordeste), te aconselho a focar na sua loja física, estruturar e fortalecer seu ponto de venda. Depois, quando você estiver aumentando o seu alcance, aí sim chegou o momento de iniciar no e-commerce.

4 – Explorar marketplaces

É fundamental você usar grandes marcas como Amazon, Magalu, Mercado Livre, B2W, entre outras, como teste para avaliar se seu produto tem uma boa penetração e competitividade no mercado. Isso porque esses sites já possuem um grande tráfego de usuários, sem o ônus de você ter que investir mídia — que é o que você terá que fazer caso monte seu próprio site.

Apesar de o pequeno varejista “ficar na mão” do marketplace — pois o custo por aquisição de cliente (CAC) é maior —, você tem a vantagem de pagar a taxa apenas quando a venda for concluída. Além disso, dentro do mix de opções que você poderá ser parceiro, é importante avaliar mensalmente qual está te dando mais retorno. Por outro lado, remova sua conta dos marketplaces que estão gerando pouco resultado.

5 – Produção de conteúdo

O último erro que quero destacar é a falta de produção de conteúdo para e-commerce. Para quem não produz, uma das consequências é a falta de conversão. Afinal, as pessoas não vão entender o que é o seu produto — e estou falando de coisas básicas, como a foto ou o vídeo de uma determinada mercadoria. A Kabum, pra citar um exemplo, produz muito conteúdo e investe em influenciadores para agregar valor.

É muito comum lojas negligenciarem a produção de conteúdo por acharem que não vale a pena o esforço e dedicação. Isso porque, na visão de alguns, o e-commerce se beneficia de estratégias de marketing direto. Lembre-se que, no online, você está na mesma rua de todos os seus concorrentes. Portanto, qualquer diferencial para chamar a atenção do cliente já o colocará na frente de quem não faz.