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Como a arquitetura MACH reforça a experiência digital no e-commerce

Por: Edson Carlos da Silva

É Link Builder na Snov.io. Adora estudar sobre SEO e acredita que o conteúdo de qualidade pode transformar um negócio.

As condições de mercado e as exigências dos consumidores estão sempre em constante mudança.

Por isso, as empresas precisam se adaptar e evoluir tecnologicamente para se manterem competitivas. No mercado do e-commerce, por exemplo, a abordagem monolítica está sendo substituída pela arquitetura MACH.

Os e-commerces passaram a adotar essas novas abordagens no desenvolvimento de software headless, em especial, após a pandemia de Covid-19.

As marcas estão optando pela arquitetura MACH, que é ainda mais ousada, integrada e inovadora. Além disso, porque ela também oferece diversos benefícios para o e-commerce.

Descubra aqui como a arquitetura MACH reforça a experiência digital no seu e-commerce e por que ela deve ser ainda mais valorizada.

Por que a tecnologia monolítica falha nas empresas?

A tecnologia monolítica tem sido a opção escolhida para empresas de comércio eletrônico, ou e-commerce, por muitos anos.

O front-end é a vitrine digital, o que os compradores veem, e o back-end é o lado do servidor, ou seja, o que determina como o site funciona. Essa tecnologia empacota esse conjunto completo em uma única solução.

Essa solução é uma ótima opção para pequenas e médias empresas online. Afinal, ela torna a criação e a implantação de uma loja online, com requisitos limitados, bastante simples e direta. Porém, quando se trata de um espaço corporativo, as coisas começam a ficar um pouco mais complicadas.

Isso ocorre porque, nessas situações, é necessária a utilização de mais recursos. No cenário em que é preciso estar lançando várias marcas ou sites, expandindo para novas regiões ou vendendo em vários mercados e canais sociais com inventário unificado, é a arquitetura MACH que brilha!

O que é arquitetura MACH?

MACH é a sigla para Microservices, API-first, Cloud-native e Headless. A arquitetura MACH foi concebida e formulada em 2018 pela empresa Commercetools.

Esse empreendimento desenvolveu a sua própria plataforma baseada em nuvem usando MACH. E foi assim que esse conceito foi colocado em prática pela primeira vez.

A Commercetools fundou então a MACH Alliance, que era uma parceria sem fins lucrativos que visa a ajudar outras empresas a implementar a arquitetura MACH.

Isso aconteceu em 2020, quando perceberam que as empresas que se esforçaram para se adaptar precisavam de uma arquitetura mais aberta e preparada para o futuro.

Dessa forma, os desenvolvedores de comércio eletrônico são permitidos a fazer mudanças de plataformas rápidas e frequentes. E a arquitetura MACH fornece um conjunto de princípios complementares que permitem às empresas implantar, dimensionar e substituir qualquer componente de suas soluções digitais, de acordo com seus requisitos dinâmicos de negócios.

Vamos agora conhecer cada componente da arquitetura MACH.

Microservices

Microservices ou microsserviços são componentes independentes que podem ser construídos pela arquitetura MACH.

Cada um desses microsserviços opera por conta própria e interage com outros por meio de interfaces de API. Dessa forma, as equipes podem implantar, alterar e melhorar partes de software separadas sem interromper todo o sistema.

API-first

Na arquitetura MACH, encontramos as interfaces API, que simplificam o desenvolvimento de software e reduzem o esforço e os investimentos de tempo.

Essas interfaces permitem que diferentes componentes de software interajam de maneira fácil e rápida com outros serviços ou produtos.

Cloud-native

Na arquitetura MACH, as empresas também podem aproveitar as nuvens públicas, privadas e híbridas. Elas são parte da estratégia de migração da nuvem para desenvolver soluções em ambientes dinâmicos e dimensionar rapidamente os recursos de computação necessários, quando for preciso.

Headless

Com a arquitetura headless, as empresas não possuem um sistema front-end padrão que defina como o conteúdo é apresentado aos usuários finais.

Dessa forma, as marcas podem utilizar APIs para enviar mensagens e conteúdo ao público-alvo, usando qualquer canal de marketing.

Os desafios da arquitetura MACH em um cenário de incertezas

Por um lado, o progresso tecnológico apresenta inúmeras vantagens; contudo, por outro, existem alguns desafios que precisam ser enfrentados. Ao mesmo tempo em que ganham flexibilidade, escalabilidade e a oportunidade de usar quase todas as ferramentas de desenvolvimento de software preferidas, as marcas também precisam lidar com a crescente complexidade dos processos relacionados à TI.

O modelo MACH tem o objetivo de reduzir o time-to-market. Porém, se um sistema possui muitos microsserviços, os desenvolvedores precisam se esforçar para integrar todos os componentes por meio de APIs. Assim, o tempo de desenvolvimento do projeto pode aumentar.

Por isso, para evitar riscos, as empresas precisam estimar a escala do trabalho antes de iniciar o desenvolvimento e ter requisitos de negócios claramente escritos.

Outro desafio enfrentado é o estresse por conta do suporte constante de microsserviços e o monitoramento de um ambiente composto por dezenas de componentes.

As empresas podem ter que estabelecer uma infraestrutura orquestrada e substituir sua hierarquia tradicional baseada em equipes horizontais por uma estrutura organizacional mais multifuncional.

Na arquitetura MACH, outra dificuldade encontrada é em relação à implementação da arquitetura headless. Essa solução trata de um produto sem interface, o que significa que você terá que construí-lo por conta própria.

Uma opção é delegar essa tarefa a empreiteiros. Também é possível integrar interfaces de terceiros, mas isso pode gerar custos adicionais.

Quais os benefícios da arquitetura MACH para o e-commerce?

Muitas marcas ainda se mantêm confiando no modelo tradicional de desenvolvimento de software de comércio eletrônico. Ele possui algumas vantagens comprovadas pelo tempo, como ser mais eficiente em termos de tempo porque os engenheiros não precisam codificar para mitigar os riscos de interrupções de dados.

Essas soluções monolíticas também são fáceis de escalar horizontalmente. E os microsserviços são mais complexos quando comparados ao teste e à depuração. Afinal, nesse caso, os especialistas só precisam conectar um banco de dados do produto e suas ferramentas de teste para encontrar e eliminar bugs e vulnerabilidades.

Sendo assim, por que as empresas devem optar pela arquitetura MACH? A questão é que a arquitetura tradicional é rígida e impõe uma carga tecnológica particular aos gestores de marca e limita o potencial de desenvolvimento e o crescimento empresarial.

As atualizações feitas em qualquer atividade exigem reconfigurações regulares da plataforma. Isso ocorre quando é adicionado um carrinho de compras, contas de usuário ou rastreamento de entrega de pedidos.

Isso acaba privando as grandes marcas de flexibilidade e agilidade, o que pode ser prejudicial em uma época em que a velocidade de tomada de decisão e a adaptabilidade são características essenciais na luta pela atenção e fidelização do cliente.

Em contrapartida, a arquitetura MACH ajuda as empresas a responder rapidamente às mudanças na demanda e no comportamento do consumidor. Ela dimensiona seu portfólio de serviços e expande a funcionalidade, uma vez que os microsserviços podem ser escritos em diferentes linguagens de programação.

Sendo assim, a arquitetura MACH é muito vantajosa para as marcas. Ela oferece a oportunidade de reduzir a dívida técnica, estabelecer um comércio omnichannel e estar pronta para novas oportunidades de negócios, mesmo aquelas que ainda não podem ser previstas.

Outras vantagens oferecidas pela arquitetura MACH são:

Melhor experiência do cliente

A capacidade de inovar e mudar constantemente faz com que a arquitetura MACH melhore muito o atendimento ao cliente. Dessa forma, o resultado obtido é o aumento no número de conversões e fechamento de negócios.

Os leads coletados podem ser mais facilmente convertidos em clientes por causa dessa dinamização dos processos e pela valorização da experiência dentro e fora do e-commerce.

Mitigação de risco

Um sistema monolítico é mais suscetível a bugs e falhas de segurança. Isso porque qualquer alteração ou atualização de um componente pode violar a integridade de todo o sistema.

Em uma arquitetura MACH, não existe esse problema porque os engenheiros trabalham em microsserviços, e qualquer problema é localizado em uma só região.

Custos de TI reduzidos

As marcas podem introduzir rapidamente novos recursos e capacidades enquanto confiam na estabilidade de todo o sistema ao utilizarem a arquitetura MACH.

Por isso, os membros do departamento de TI trabalham em diferentes partes do produto em paralelo. Isso aumenta a produtividade da equipe e acelera a entrega do software. Essa vantagem também proporciona a redução dos custos operacionais.

Exemplos de arquitetura MACH

Conheça agora exemplos de empresas conhecidas que utilizam arquitetura MACH.

Amazon

A Amazon é um e-commerce que segue a arquitetura MACH. Essa empresa utiliza microsserviços desde 2006 e, atualmente, possui milhares de microsserviços servindo como componentes para centenas de interfaces de usuário.

Ela é líder no comércio headless, tendo criado o dispositivo Amazon Echo IoT e agora lidera o caminho com pedidos Dash.

Eles também aproveitam ao máximo um front-end e um back-end desacoplados. São implantados códigos a cada 11,7 segundos, sem interromper seus serviços.

Uber

A Uber é mais um exemplo de empresa que utiliza a arquitetura MACH. A partir do momento que foi feita a troca de uma plataforma monolítica para uma arquitetura MACH, esse empreendimento se tornou a maior empresa de compartilhamentos de viagens do mundo.

Com a utilização da arquitetura MACH, a Uber consegue fazer melhorias continuamente para atender às necessidades dos clientes. Por isso, tornou- se uma empresa tão grande.

Conclusão

Em meio a tantas vantagens e possibilidades, a arquitetura MACH é capaz de reforçar a experiência digital no e-commerce de forma intensa.

Afinal, ela permite que a empresa possa estar sempre inovando sem precisar comprometer a integridade do sistema. Assim, o atendimento ao cliente fica mais satisfatório, e a empresa consegue mais chances de melhorias e crescimento.

E você, já está aplicando essa tecnologia na sua empresa?

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