Logo E-Commerce Brasil

App Commerce: o seu cliente quer comprar pelo app!

Por: Thiago Falanga

Thiago atua como Partner Mobfiq & director product development na Corebiz e é responsável por desenvolver e conduzir grandes operações na indústria de Bens de Consumo, Marketing Digital e Tecnologia com foco no desenvolvimento de Aplicativos Mobile Commerce.

Atualmente não é novidade para ninguém a preferência do cliente pelo uso de aplicativos mobile para fazer compras online, mas nem sempre foi assim.

Fonte: Google Survey, 527 respondents, 2020 / Flurry, 2018.

A cultura do uso de aplicativos se fortaleceu nos últimos anos através de App de mensagens, rede social, transporte, alimentação, e-commerce, entretenimento e música. Como se tornou fácil pedir um taxi e saber que horas vai embarcar e chegar no destino, trocar mensagens com 1 ou 30 pessoas ao mesmo tempo, ter acesso a uma imensidão de restaurantes com 1 clique ou conseguir comprar um presente de última hora no caminho para o trabalho. O objetivo do aplicativo precisa ser facilitar a vida do cliente através da economia de tempo. Quem entender isso vai ter sucesso!!

Neste artigo vamos falar sobre aplicativos para e-commerce (shopping), que em 2020 foi a 4ª categoria mais acessada pelos brasileiros, com 79,4% dos usuários entre 16 a 64 anos, na frente de app de música e games. E que vem se tornando protagonista no canal mobile com 10.2B de downloads e movimentados mais de US$ 920M em aplicativos no Brasil somente no ano passado.

Interface gráfica do usuário. Fonte: GWI globalwebindex.com

 

Interface gráfica do usuário. Fonte: GWI globalwebindex.com

O fluxo de compra de um app de e-commerce é consideravelmente o mais complexo e, portanto, merece atenção e cuidado na hora de desenvolver.

Para falar sobre os principais pontos de atenção para desenvolver um App de e-commerce, vamos voltar ao passado e entender como as empresas referência nesse assunto chegaram até aqui.

Não compare o seu bastidor com o palco do outro!

No Brasil, a atenção para o canal mobile começou a ganhar alguma relevância em 2016, quando as empresas viram a penetração de smartphone ultrapassar 50% e entenderam que seria ali onde o usuário gastaria cada vez mais o seu tempo.

A maioria dos e-commerce se adaptou de maneira lenta, demorando 2 anos para ter um site m-commerce (formato responsivo para dispositivos móveis). O App de e-commerce também começou a surgir, mas em menor volume e sem grandes apostas.

Sites prontos para o m-commerce

Mas em todo novo mercado existe a minoria visionária, que assume o risco do pioneirismo para ter ganhos intangíveis. A Magalu é um destes casos. Ela é um dos principais cases de App de compras do mercado brasileiro. Ver o resultado agora é fácil, mas o que poucos sabem é que ela investe de maneira consistente no canal de App desde 2015.

Como a Magazine Luiza é uma empresa listada na bolsa desde 2011 (MGLU3), o seu resultado financeiro é divulgado a cada trimestre. Desde o 4º trimestre de 2015 até o 4º trimestre do ano passado, o App Magalu é citado como o principal responsável pelo ganho de marketshare. São 21 fechamentos trimestrais consecutivos sinalizando para o mercado onde apostar.

Outro importante case é o Mercado Livre, que é o maior e-commerce do Brasil e o App faz parte da estratégia da empresa desde 2016.

Um erro das empresas é se comparar com players que vem investindo milhões de reais no canal de App nos últimos anos. Fuja da falácia de achar que a sua loja precisa começar desenvolvendo um “Super App”!

Quais os principais desafios para desenvolver um App Commerce

Estamos em 2021. As vendas no canal mobile, que já cresciam em ritmo acelerado, tiveram um salto por causa da pandemia. Hoje o canal mobile é considerado o futuro do comércio eletrônico. Portanto, agora ficou fácil tomar a decisão de ter um app — mas esta decisão envolve outras importantes decisões.

O cliente que decidir desenvolver um aplicativo de compras, também conhecido como App Commerce, deverá enfrentar 3 grandes desafios. São eles: qual tecnologia usar; prazo de desenvolvimento e conhecimento sobre as funcionalidades; e ferramentas que funcionam.

  • O investimento de desenvolvimento de um App Commerce varia muito, e normalmente as empresas escolhem o caminho mais barato com o pensamento de “vamos primeiro testar o canal”. A ideia de testar não está errada, mas abrir mão de qualidade poderá custar mais caro no futuro.
  • Prazo é um dos fatores que mais me incomodam. Imagine ter que esperar meses para o App ir para o ar para então começar a coletar feedback, ver a aceitação do consumidor e recuperar o investimento.
  • O conhecimento do que funciona está concentrado nos varejos que trabalham o canal de App há algum tempo. Existem poucas fábricas de software e agências de e-commerce com experiência relevante no desenvolvimento de App Commerce.

Quais fatores serão decisivos para o sucesso do seu App

Ao estudar as empresas que tem sucesso no canal de App, identificamos 3 fatores em comum que, por coincidência (ou não), também são os principais erros que as empresas cometem ao desenvolver um App Commerce.

1 – Escolha da tecnologia

A escolha da tecnologia é a primeira decisão importante para o sucesso do App Commerce da sua loja.

O fluxo de compra de um e-commerce é complexo por natureza. São diversas as opções de navegação e informações que o consumidor interage até concluir a compra (banners na home, produtos em destaque na home; navegar por Categoria > Subcategoria; usar o campo de busca; vitrine de produto; página de produto; preço; promoção; custo do frete; descrição do produto; fotos; variação; produtos relacionados; avaliação; prazo de entrega; fluxo de checkout; preciso estar logado?; posso devolver?; cupom de desconto, etc..). Agora, imagine ter que fazer tudo isso em uma tela de smartphone?

A tecnologia nativa é a mais indicada para soluções complexas, como a de App Commerce. Afinal, cada plataforma é desenvolvida com códigos próprios de cada sistema operacional (iOS e Android), que entregam diversos benefícios, como:

  • Fluxo intuitivo;
  • Alto desempenho e carregamentos mais rápidos;
  • Acesso ao hardware do dispositivo, como GPS, câmera, microfone, etc.;
  • Segurança: proteção de dados confiáveis dos usuários.

Outra tecnologia que vem se mostrando ser eficiente é a React Native. Se trata de uma tecnologia híbrida que tem maior eficiência de custo. Isso porque possibilita o desenvolvimento de aplicações mobile, tanto para Android, como para iOS, utilizando apenas 1 desenvolvedor.

2 – Experiência de Compra

Um erro comum que as empresas cometem é pensar “já que vou desenvolver um App, preciso ter dezenas de funcionalidades”. Ou, ainda, “por que o consumidor vai instalar/usar meu App se não tiver nada diferente do que tem no site?”.

Dados mostram que os principais motivos que um cliente escolhe comprar pelo app são praticidade e rapidez.

Fonte: Google Survey, 527 respondents, 2020 / Flurry, 2018.

Não adianta ter uma funcionalidade de realidade aumentada se a usabilidade do campo de busca é ruim. O mesmo vale para desenvolver um programa de pontos se o fluxo de checkout não está legal…

A experiência de compra está diretamente relacionada com o tempo que um cliente precisa gastar para fazer uma compra. Entregar uma experiência fácil e rápida tem que ser o seu objetivo inicial.

3 – Tráfego

Por último, é preciso entender que por melhor que o seu App seja, ele é somente o meio por onde o cliente vai comprar. Ou seja, o cliente precisa saber que o seu App existe. Quem investir em aquisição de usuário e tráfego vai ter resultado, simples assim!! Vou usar novamente o case App Magalu. Eles estão semanalmente nos principais veículos divulgado o App.

Com o app a sua estratégia deixa de ser de reaquisição de usuário e passa a ser de engajamento.

Tecnologia, fluxo de compra simples e prático e aquisição de usuário: essa é a receita para o sucesso do seu App!!