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Apesar de ser terreno fértil para abrir negócios online, Brasil ainda possui entraves

Por: Fernanda D'Angelo

Formada em jornalismo, conta com repertório profissional que inclui vivência com desenvolvimento de conteúdos para diferentes plataformas (site, redes sociais, blog, newsletter). Atualmente, integra o time de Marketing da Selia Full Service como analista de marketing.

O segmento de e-commerce nunca esteve tão aquecido quanto nos últimos 12 meses. No Brasil, de janeiro a agosto de 2020, o faturamento do e-commerce cresceu 56,8% na comparação com o mesmo período de 2019, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

O contexto da pandemia e as novas formas de consumo geradas pelo distanciamento social certamente impulsionaram esse cenário tão favorável para o setor. Assim mostra a 41ª edição do Webshoppers, o mais amplo relatório sobre e-commerce do país elaborado semestralmente pela Ebit|Nielsen, em parceria com a Elo.

Com mais de 150 milhões de usuários da internet no Brasil, empresas — em busca de alternativas para atender a nova demanda do mercado — passaram a repensar no seu modelo tradicional de negócio, criando soluções digitais e inovando o core business.

Negócio online no Brasil

Uma tendência que cresce de forma veloz. De acordo com o McKinsey Digital Business Building Survey, até 2019, 30% dos CEOs globais colocaram a construção de novos negócios como prioridade. E, em 2020, esse número alcançou o patamar de 52%.

Os números não param por aí. Segundo a lista feita pela Best Accounting Software, o Brasil ocupa o 66º lugar no ranking dos melhores países (foram avaliados 200) para ter um negócio online. Utilizando critérios como conectividade, velocidade da internet e número proporcional de usuários de redes sociais, a pesquisa mostra que o Brasil ficou atrás de países em que o acesso à internet é controlado, como China ou Arábia Saudita, além de economias menores como Uruguai e Vietnã.

Mas, nem tudo são flores! Afinal, o mercado de e-commerce tem alguns desafios que precisam ser dissolvidos para o terreno do negócio digital continuar prosperando.

Logística e conexão abaixo da média

Um dos entraves é na logística. Isso porque, ao comprar pela internet, o consumidor precisa estar dentro de uma região em que possa receber ou tirar o produto. No caso de locais mais afastados, sem cobertura de companhias de transporte e de baixa segurança para realizar entregas, ele muitas vezes precisa retirar em uma unidade dos correios. Uma alternativa para resolver essa questão é a possibilidade de retirar compras em uma loja física ou posto de coleta.

Outro ponto que dificulta o desempenho do e-commerce é a conectividade. Afinal, conforme o relatório Webshoppers de 2019, 41% dos brasileiros apontam que a conexão de internet ainda é instável para realizar compras online. Para ter uma ideia, chega a ser três vezes mais lenta do que a média mundial (18mbps vs. 49mbps).

Uma das soluções é o 5G, prestes a começar a funcionar aqui no Brasil após o leilão do governo destas novas frequências. Com as operadoras já realizando testes com a tecnologia, a quinta geração promete trazer avanços tecnológicos como uma conexão mais veloz e com baixa latência. Isso possibilitará a conexão de inúmeros dispositivos ao mesmo tempo, sem que haja congestionamento na rede.

Segurança do consumidor

Outro entrave que já está com os dias contados é em relação à segurança dos dados dos usuários. Em 2017, o Brasil era o sétimo país que mais gerou ciberataques — como fraudes, golpes e vazamento de dados —, gerando um prejuízo de US$ 172 bilhões, segundo o relatório Norton Cyber Security Insights. Com a Lei Geral de Proteção de Dados, que entrou em vigor no final do ano passado, as empresas de tecnologia modificaram seus critérios de segurança em prol de maior proteção dos seus usuários. Um salto tanto para todos nós, que nos baseamos na internet para desenvolver o nosso negócio, quanto para quem circula por ela para realizar compras e se socializar.