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Agronegócio: o desenvolvimento tecnológico e a chegada no e-commerce

Por: Felipe Viana

Profissional com forte conhecimento em vendas, marketing e estratégias growth, consultor de Transformação Digital para grandes indústrias de Food Service, Agro, Moda, Esportes, Bens de Consumo, Pet, Eletrônicos, Pharma, entre outras. Experiência em alavancar empresas multinacionais no desenvolvimento de suas estratégias de e-commerce em B2C, B2B, Marketplaces, Omnichannel em LATAM e EUA e Canadá.

A tecnologia no setor do agronegócio não é algo recente. Ela começou há muitos anos e, como diversos outros segmentos, passou por grandes mudanças e transformações nos últimos meses. A consultoria Mckinsey, por exemplo, indica em pesquisas de 2020 que o agricultor está mais conectado do que nunca, e 33% deles pretendiam fazer compras online para seu cultivo nas próximas duas safras.

Além disso, há dados de mercado que mostram que a quantidade de lojas online da área aumentou 400% durante a pandemia e marketplaces para o agronegócio se consolidam, como a Órbia, Agro Galaxy, Agrofy, Agro2Business, Tratores e Colheitadeiras, entre outros canais que se propõem a levar ao consumidor final uma oferta completa de produtos e serviços Agro.

Antes disso, é claro, é importante dizer que o setor passou por um processo de desenvolvimento. A tecnologia chegou ao Agro auxiliando na gestão da fazenda, com ferramentas para controle de custos, gastos, preços, produtividade, fazendo com que o agricultor tivesse uma visão mais ampla de negócio. Na sequência, a transformação passou para o campo. Ferramentas inteligentes que conseguiam prever a produtividade, qualidade da terra, da semente, previsão do tempo e inúmeras outras soluções que faziam com que acontecesse um boom na produtividade do campo.

Agro é tech

O passo seguinte guiou o mercado, naturalmente, ao cenário de hoje, no estágio de digitalização do Agro em modelos de compra e venda de produtos e serviços para o campo. Tanto na agricultura como na agropecuária, soluções tecnológicas chegaram para unir compradores e vendedores, equilibrando oferta e demanda agora pela Internet, além de serem fundamentais em toda cadeia produtiva unindo fabricante, revenda e consumidor final.

Levando em consideração esse desenvolvimento do modelo de negócio, diversas soluções criadas há alguns anos como empresas prestadoras de serviços digitais, o full commerce da Synapcom, plataformas robustas de e-commerce, sites próprios e marketplaces começam a se destacar também nessa área, levando as melhores ofertas para o agricultor. Um mercado conservador, com extrema proteção aos preços, passa a competir digitalmente, a mostrar seu preço, e a mudança vai ganhando força.

As soluções tecnológicas passam a demonstrar que não serão disrupção na cadeia do Agro, e sim facilitadoras na relação entre fabricante e revenda, com o objetivo de servir ao consumidor final com maior qualidade, eficiência, preço e rapidez.

Digital Agro do futuro

Processos de vendas que antes eram feitos pessoalmente sendo desafiados por longas distâncias, hoje já são feitos por poucos cliques através de WhatsApp, sites e marketplaces focados no Agronegócio. E é nisso que iremos mergulhar agora. O último ano apresentou diversas soluções para o setor. Além do amadurecimento delas, o que podemos esperar? Como o e-commerce e projetos digitais podem ajudar o segmento no presente e no futuro? Destaco algumas das possibilidades:

Omnichannel Agro – A união de todos os canais de venda, o produtor sendo tratado como único, independentemente se escolher comprar pelos canais físicos ou online, no site da fabricante ou do revendedor.

  • Cashback – O que já iniciou e ganhou força no varejo tradicional, agora chega ao Agro dando vantagens consideráveis para o comprador.
  • Fidelização – Alianças comerciais de empresas para dar vantagens a seus clientes fiéis, dando viagens, prêmios ou troca de pontos em programas de fidelização.
  • Otimização do Supply Chain – Ter a máquina quebrada no campo deixará de ser uma preocupação de muitos dias. Com poucos cliques, será possível comprar a peça e receber dentro de 24 horas.
  • Amadurecimento do Modelo de Negócios Barter (operação de troca de produtos por insumos) – No digital, o Barter ganha outra abrangência e agilidade, podendo gerar moedas virtuais para compra de quaisquer produtos em sites Agro do Brasil.
  • Uberização de Serviços – Profissionais disponíveis próximos à fazenda com horário marcado podem realizar alguns tipos de manutenção e consultoria in loco.
  • Customer Experience – Hoje no Agro ainda há muito o que se desenvolver no quesito tecnologia básica de e-commerce para unir a oferta e a demanda orgânica nos principais canais pagos (com exceção de algumas grandes empresas). Mas em um futuro muito próximo o tema Customer Experience ganhará muito mais força, com empresas seguindo o princípio de colocar seu cliente no centro de tudo.
  • Personalização – A tecnologia por si só traz um viés de exclusividade para clientes e produtos. Começa aqui uma onda de personalização de soluções, serviços e produtos, como ferramentas exclusivas de montagem de sua própria máquina, com as peças que quiser.

Essas são algumas tendências que observo que a tecnologia cumprirá no Agronegócio no Brasil e no mundo em curto e médio prazos. Há muito o que trabalhar e, perdão pelo clichê, muita terra disponível para semearmos o digital Agro por aí!