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A mudança do comportamento do consumidor na quarentena

Por: Josele Delazeri de Oliveira

Head de Canais e Parceiros da Get Commerce. Coordenadora do projeto de Empoderamento feminino da Get Commerce. Mais de dez anos de experiência na área de empreendedorismo digital. Líder da Embaixada Geração de Valor. Líder do Grupo Mulheres do Brasil, Núcleo Santa Maria. Mestre em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Maria. Graduada em Administração (2003) e em Sistemas de Informação(1999). Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Empreendedora de Negócios e Gestão de Negócios e Intuição ( com módulo realizado na Itália). Pós graduanda em Psicologia Positiva pela PUC RS. Atuou por mais de 15 anos como docente no ensino superior, com ênfase na área de Empreendedorismo Digital. Docente de Pós graduação na área de empreendedorismo.

À medida que o coronavírus continua a se espalhar, há sinais de mudança no comportamento do consumidor. Auto-quarentena e preocupação emergente com locais públicos fornecerão oportunidades para o negócio de comércio eletrônico prosperar ainda mais. À medida em que os consumidores recorrem às opções digitais como forma de contornar os ambientes físicos de compras, cria novos hábitos de consumo, que devem perdurar mesmo após a quarentena. Será o novo normal, com consumidores mais conectados e digitais.

Há uma mudança acelerada das lojas para o comércio eletrônico, principalmente os mercados. As vendas de comércio eletrônico em geral devem aumentar, já que os compradores ficam em casa durante a crise, mas as vendas de supermercado são onde o maior impacto a longo prazo pode ocorrer.

Onffline

As pessoas terão novos hábitos, buscando mais conforto e comodidade. Lembrando sempre que o cliente é omnichannel, por isso as empresas também precisam ser. Trata-se do “onffline”, quando às vezes o cliente compra na loja física, mas muitas vezes online — ou vai até a loja física apenas para experimentar. É para essa realidade que o varejo precisa estar preparado.

Paul Marsden, psicólogo do consumidor da Universidade das Artes de Londres, afirma que: “A compra de pânico pode ser entendida como uma resposta às nossas três necessidades fundamentais de psicologia”. Essas necessidades são:

  • autonomia (ou a necessidade de se sentir no controle de suas ações);
  • relacionamento (a necessidade de sentir que estamos fazendo algo para beneficiar nossas famílias);
  • competência (a necessidade de se sentir como compradores inteligentes fazendo a escolha correta).

Houve um desempenho superior do varejo online durante a quarentena. Esperamos, portanto que o varejo online aumente consideravelmente, à medida que se torna o foco preeminente dos gastos do consumidor.

Crescimento de categorias

A categoria de alimentos e bebidas (sem contar a entrega de refeições) cresceu em março 44% em receita nas vendas online em relação a 2019, segundo a empresa de inteligência Compre&Confie. A busca por “entrega perto de mim” cresceu 200% em março no buscador do Google.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), houve um aumento de 30% nas vendas pela internet durante as duas primeiras semanas de abril. “Milhares de consumidores que nunca haviam feito uma compra online fizeram agora”, afirma Maurício Salvador, presidente da ABComm.

Como as pessoas permanecem abrigadas em suas casas devido ao surto de coronavírus, as compras online aumentaram como substituto de uma viagem antiquada à loja. Além do booom geral nos gastos com comércio eletrônico, os dados de vendas revelam que, após um estoque inicial de mercadorias, muitos compradores online mudaram seu foco para produtos de entretenimento — como livros e jogos — à medida que se ajustam ao novo normal de vida em quarentena.

Experiência sem contato

Para minimizar o contato humano na entrega de comércio eletrônico, empresas americanas estão experimentando soluções de ponta a ponta “sem contato”, usando veículos não tripulados e drones.

O empreendedor, diante do novo normal, tem de estar disposto a aprender constantemente. É o Life long Learning, ou o “aprendizado por toda a vida”. O mercado é dinâmico, e a única certeza é a mudança. Quem irá se destacar — e até sobreviver — são as empresa que se adaptarem mais rápido a esta realidade.