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A importância de fazer um plano de negócios também para e-commerce

Por: Sidney Zynger

Formado em Administração de Empresas e Propaganda e Marketing pela ESPM, é apaixonado por e-commerce. Já trabalhou na implantação de várias lojas virtuais e está sempre atento às novidades do setor para oferecer soluções ao dia a dia dos empreendedores brasileiros.

Todo empreendedor já conhece a premissa básica de começar um negócio através de um plano de negócios, para direcionar o intuito do projeto, verificar viabilidade e projetar possibilidades de crescimento antes mesmo de sair do papel. Quando se fala em e-commerce, muitos podem pensar que não é necessário passar por todo esse processo. Mas é valioso poder reunir informações sobre o setor, estudar o mercado e calcular possíveis gastos e ganhos também antes de vender online.

No Brasil, dados recentes da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) apontam que, desde o início da pandemia (paralisações iniciaram em torno da metade do mês de março de 2020) até agora, surgiram 135 mil novos negócios virtuais. Vale comparar que, antes disso, a média mensal de lojas virtuais abertas no Brasil era de 10 mil.

É claro que nesse período muitos dos novos empreendedores precisaram manter suas operações abertas, migrando do comércio físico para o virtual, e outros encontraram no e-commerce um formato possível de trabalho. Na maioria dos casos, poucos conseguiram ter tempo hábil para fazer um plano de negócios. Entretanto, provavelmente terão de fazer adaptações nas suas operações, como mudanças de público, ou de produtos, abrangências, etc.

Por que é importante fazer um plano de negócios?

Oferecer melhores condições aos clientes, como tornar sua experiência cada vez mais agradável, e trazer alternativas para sua marca ser compartilhada e fidelizada por eles, é fundamental. Estes talvez sejam objetivos claros e atuais para quem vende online. Contudo, para isso acontecer, é preciso estruturar planos de ações, estabelecer prazos e metas e estudar o comportamento do consumidor, o mercado e os concorrentes. Afinal, em um momento em que muitos empreendem online, ter um negócio organizado e integrado faz diferença para ter destaque no e-commerce.

O plano de negócios ajuda a identificar os diferentes panoramas que os administradores terão que levar em conta para ter sucesso. Quanto mais os tópicos forem estudados e esmiuçados, mais fácil será obter um conceito mais geral do negócio e até entender as falhas que existem no projeto.

O empreendedor que quiser fazer seu plano de negócios de forma prática pode fazê-lo através do Sebrae Canvas, que permite a qualquer empreendedor desenvolver seu modelo de negócios ou até mesmo repensar em um modelo já existente. A plataforma é interativa, permitindo aos usuários avaliarem, compartilharem e comentarem outros planos de negócios.

Dicas para fazer um plano de negócios

  • Estruture o negócio: tudo o que é documentado tem validade mais adiante, por isso coloque todas as ideias no papel. Inclua possibilidade de sócios, definição de papéis na operação, produtos, preços e público-alvo. Mesmo sendo online, os processos são os mesmos de montar um negócio físico, por isso vale deixar claro desde o início quais são a missão e o propósito do e-commerce no mercado, onde estará inserido e como funcionará.
  • Análise de mercado: essa etapa serve para trazer uma visão ampla e profunda do mercado no nicho em que você quer apostar. Mesmo que o nicho seja amplo, faça a segmentação para traçar boas estratégias e comerciais — a ação é muito válida para direcionar as estratégias. Também já é importante listar em quais modalidades do e-commerce vai atuar, para então definir o capital disponível para iniciar o negócio. Desse capital, já anote também se ele será próprio ou fruto de empréstimo.
  • Sistema de gestão ERP: contar com um sistema de gestão antes mesmo de colocar o negócio no ar é importante, porque ele organiza toda a função administrativa, é responsável por integrações importantes como estoque, marketplaces e logística, e também serve como um medidor para relatar o crescimento do negócio, organizar os processos e facilitar o seu trabalho.
  • Organize a operação em funcionamento: analise quem são os concorrentes do negócio e em quais plataformas eles se encontram com maior presença virtual. Mapear o segmento e entender onde e como se posicionar perante o consumidor é fundamental para iniciar o negócio. Os fornecedores também já devem ser listados no plano de negócios para analisar a qualidade dos produtos que você pretende vender, assim como prazos de entrega e facilidades no pagamento. Isso vai te fazer tomar melhores decisões e construir um plano de negócios sólido e embasado.

Plano de marketing: o próximo passo

Dentro do plano de negócios, o plano de marketing já está incluído, sendo um passo importante para decidir as estratégias de venda. Aqui, já é interessante mapear seus produtos e fazer as descrições deles, pensar em preço, promoções e como serão estruturados no e-commerce e listar as vantagens competitivas (frete, prazos) para poder já pensar em como anunciar.

O plano operacional também está no processo com relação às vendas: onde serão, como vai funcionar e quem irá executar. A plataforma de e-commerce é o local onde as vendas vão ocorrer, por isso é preciso estabelecer quem estará envolvido, desde a gestão até a administração de cada etapa do processo. Aqui, também vale pensar na execução. É importante ter um plano financeiro detalhado, abrangendo o valor inicial e o valor de investimento em alguma estrutura física (sala comercial, móveis, eletrônicos etc.). Já inclua as despesas fixas (água, luz, salários, impostos) e alguns variáveis.

Planejar o negócio faz parte de uma empresa que terá uma ótima saúde financeira, pois é momento de colocar ideias e etapas no papel para que as possibilidades se ampliem e que as vantagens e desvantagens da empresa já estejam previstas antes mesmo de iniciar a operação. Empreender no e-commerce também passa por esse processo de conhecimento do negócio e estudo de suas possibilidades e faltas futuras.