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A importância da silver economy (economia prateada) para o e-commerce

Por: Josele Delazeri de Oliveira

Head de Canais e Parceiros da Get Commerce. Coordenadora do projeto de Empoderamento feminino da Get Commerce. Mais de dez anos de experiência na área de empreendedorismo digital. Líder da Embaixada Geração de Valor. Líder do Grupo Mulheres do Brasil, Núcleo Santa Maria. Mestre em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Maria. Graduada em Administração (2003) e em Sistemas de Informação(1999). Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Empreendedora de Negócios e Gestão de Negócios e Intuição ( com módulo realizado na Itália). Pós graduanda em Psicologia Positiva pela PUC RS. Atuou por mais de 15 anos como docente no ensino superior, com ênfase na área de Empreendedorismo Digital. Docente de Pós graduação na área de empreendedorismo.

O que é a silver economy ou economia prateada? Segundo o Oxford Economics, trata-se da soma de todas as atividades econômicas associadas às necessidades das pessoas com mais de 50 anos e aos produtos e serviços que elas consomem ou um dia irão consumir.

Geração X e Babies Boomers

A Geração X (nascidos em meados dos anos 60 e início dos anos 80) e os Babies Boomers (nascidos entre 1945 e meados dos anos 60) estão se sentindo invisíveis enquanto consumidores. Foi o que apontou o estudo da consultoria Hype60+, consultoria de marketing especializada no consumidor sênior. Diante disso, é importante criar a visibilidade para o que está acontecendo no Brasil. Afinal, na próxima década 1/3 da população será sênior. Considerar o gênero também é fundamental, pois mulheres e homens encaram o processo de envelhecimento de maneiras diferentes.

Veja também: Com renda 9% superior à média da população, idosos elevam o consumo

Os babies boomers são idealistas, revolucionários e coletivos, o que reflete num consumo mais ideológico. Curtem televisão, jornal, revistas, livros, carros, música e cinema, por exemplo.

Quando nos referimos às pessoas da geração X, geralmente são materialistas, buscam a individualidade sem a perda da convivência em grupo. São adeptos do consumo que gera status, no qual escolhem os produtos de marcas consagradas, tais como os carros e artigos de luxo. Buscam os seus direitos, gostam de liberdade e são muito competitivos.

Mais avós do que netos

Segundo dados da World Population Agein citados na pesquisa Tsunami 60+, pela primeira vez a população com mais de 60 anos passa a de 5 anos. “Temos mais avós do que netos no Brasil e não falamos disso, continuamos falando só de millennials. O país está envelhecendo e fingimos que não estamos vendo”, disse Mariana Fonseca, uma das autoras do estudo. Mais da metade que já se aposentou continua trabalhando.

Um raio-x da geração prateada no Brasil, realizada pelo SPC Brasil, demonstrou que:

  • 94% dessas pessoas são responsáveis por manterem as suas respectivas famílias;
  • 52% estão dispostos a pagar mais caro por causa da qualidade do produto/serviço;
  • 64% são os únicos responsáveis pela tomada de decisão na hora da compra;
  • 48% preferem consumir do que economizar;
  • 66% possuem uma vida financeira melhor atualmente;
  • 45% têm dificuldade em encontrar produtos específicos.

Fica bastante evidente que existem diversas oportunidades de negócios para esse tipo de público.

Economia prateada

A economia prateada é considerada a terceira maior atividade econômica do mundo. É uma indústria que movimenta US$ 7,1 tri anuais. Nos Estados Unidos, por exemplo, metade da população entre 52 e 70 anos passa pelo menos 11 horas por semana online.

A ONU aponta que haverá mais de 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais até 2050, em comparação com cerca de 900 milhões em 2015.

Prateados no Brasil

No Brasil, esse público responde por 23% do consumo de bens e serviços, com uma renda anual estimada em R$ 940 bilhões. Ainda assim há uma obsessão da publicidade em conversar com o público por meio dos jovens, embora eles tenham menos dinheiro e menos vontade de consumir.

De acordo com dados da Euromonitor, o Brasil é o quarto país com maior número de usuários de internet.

Algumas dicas para se comunicar com esse público no e-commerce:

  • Cada pessoa é o resultado de suas experiências. Não dá para encarar esse grupo como um público homogêneo;
  • Entenda bem o comportamento do público-alvo. Ou seja, o que vê, o que ouve, o que sente e, principalmente, suas dores;
  • A usabilidade é um fator essencial e o design é bem importante. Utilize letras grandes, cores fortes e com contraste para facilitar a leitura;
  • O fluxo de venda deve ser simples, com o menor número possível de cliques;
  • É muito importante ouvir o seu cliente, disponibilizando um canal que facilite esse processo;
  • Utilize imagens de pessoas reais, colocando esse público como protagonista;
  • Não pense na imagem tradicional da vovó e do vovô. Eles são digitais e, principalmente, utilizam Facebook e WhatsApp;
  • A linguagem deve ser simples e direta;
  • Nem vitimizar, nem idealizar o idoso. Vale ter empatia e entender a história que está por trás daqueles que usam os seus produtos.

Economia prateada é madura

Para Joseph Coughlin, se criamos algo desenhado para os 60+ (consumidores mais exigentes), certamente o produto também funcionará para o resto das pessoas. Será um item com design universal, intergeracional e inclusivo — sem precisar necessariamente ser voltado apenas para o público da terceira idade.

O público maduro é digital, e quem ainda não se atentou para isso muito provavelmente está perdendo vendas.

Essa tendência me fascina. Em minha própria família, percebo como inovações de tecnologia e comércio eletrônico enriquecem a vida de meus pais e sogros, principalmente, minha mãe, é super conectada. Ver e conversar com os netinhos que estão longe faz parte do cotidiano deles. Em termos gerais, estou interessada em saber como as necessidades deste público crescente inspirarão avanços tecnológicos e impulsionarão o crescimento econômico em todo o mundo.