Logo E-Commerce Brasil

E-commerce: o crescimento continuará estável no segundo semestre de 2022?

Por: Giovanna Scarparo

Jornalista e link builder na Conversion, escreve sobre tecnologia, e-commerce, mercado, cultura, turismo, moda e outros temas que possam informar e agregar conhecimento aos leitores.

Com o gradual fim das medidas restritivas para o combate à Covid-19, setores como o varejo voltam a investir em estratégias tradicionais, e o e-commerce parece ser menos essencial. À primeira vista, esse novo cenário pode parecer negativo, mas a verdade é que o mercado virtual só tende a crescer ainda mais.

Uma projeção feita pelo Google, em parceria com a Euromonitor International, prevê um crescimento de até 42% até 2025. Segundo estudo da NielsenIQ, que ouviu mais de duas mil pessoas em todo o Brasil, o terceiro trimestre de 2022 pode ter um crescimento de até 2% comparado ao mesmo período do ano passado.

Pesquisas, projeções e padrões apontam para a estabilidade no e-commerce e contínuo aumento da sua predominância como modalidade de compra.

E-commerce cresce como padrão de compras predominante

Durante a pandemia, em 2021, o segmento de vendas online atingiu um recorde de faturamento equivalente a R$ 161 bilhões. O montante representou crescimento de 26,9% em relação ao ano de 2020. Esse crescimento foi, em grande parte, proporcionado pelo caráter de essencialidade que as vendas online assumiram durante o período de isolamento social.

Parecia que 2022 teria quedas no segmento, devido ao desaparecimento gradual do seu caráter de essencialidade, mas ao que parece a pandemia de Covid-19 apenas acelerou um processo de mudança natural, que tornaria o digital mais predominante do que o comércio físico.

Ainda segundo a pesquisa da NielsenIQ, as categorias de “Alimentos e Bebidas” e “Perfumaria e Cosmético” representam, em ordem, 29% e 28% das intenções de consumo. A aproximação de datas importantes para o comércio nacional, como o Dia dos Pais, representa um fator significativo na decisão de compra, principalmente entre as classes mais favorecidas.

No primeiro trimestre, outra pesquisa da mesma companhia revelou que mais de 90% dos consumidores que pretendem continuar comprando por meios digitais ganham mais de dez salários mínimos. A pesquisa mais recente apenas confirma essa projeção anterior.

Dados do Google e Euromonitor ainda denotam a crescente predominância da geração Z, nascida entre 1995 e 2010. Essa parcela da população, que teve a oportunidade de amadurecer no mesmo ritmo do desenvolvimento dos meios de consumo e comunicação digital, é fator determinante no processo de transformação do mercado a favor do e-commerce.

Setor do varejo e ambiente virtual

A previsão é de o setor do varejo seja destaque no crescimento do e-commerce no segundo semestre de 2022. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o setor pode fechar o ano com uma receita líquida de até R$ 165 bilhões.

A expectativa é de que a Copa do Mundo gere maior interesse e aumento das vendas de artigos esportivos e eletrônicos, podendo resultar em um montante ainda maior: aproximadamente R$ 170 bilhões.

Os esforços e os investimentos do setor no comércio físico também não são poucos. Projeções da Associação Brasileira do Varejo (ABV) apontam para um crescimento de 12% no segundo semestre e, sem dúvida, levam em conta o regresso aos meios tradicionais de comércio, possibilitado pelo fim das medidas restritivas a favor do combate à Covid-19.

Em entrevista à CNN, em junho deste ano, o presidente da ABV, Luís Gustavo Santos e Silva, afirmou que a maior parte dos esforços da iniciativa privada está concentrada na adaptação do setor ao chamado “novo normal”, buscando alcançar patamares pré-pandemia.

Ainda assim, o comércio eletrônico – assim como o modelo de trabalho híbrido, o delivery e muitos outros serviços e produtos conseguidos por meios digitais – parece ter se estabelecido, de maneira a manter o crescimento constante. O segundo semestre de 2022 promete manter a expectativa das projeções realizadas por múltiplas companhias.

Leia também: Segundo pesquisa, Brasil é 1º no ranking mundial de crescimento das compras online