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Crediário digital é solução para driblar os juros altos?

Por: Felipe Marcondes

Head de Relacionamento e Cobrança da BoletoFlex, Felipe Marcondes é responsável pelos times de Sucesso do cliente e Recuperação de crédito. Possui vasta experiência na área digital, especialmente voltada para a jornada de relacionamento e de crédito do consumidor.

Os altos juros do crédito, velhos inimigos das finanças dos brasileiros, encontraram companhia na escalada da inflação no Brasil para reduzir o poder de compra. Como resultado disso, a pesquisa “O Bolso do Brasileiro – 2022”, realizada pela Hibou, mostra que 54% dos consumidores no país já reduziram a quantidade ou o volume de itens comprados, e 51% não colocam mais alguns itens no carrinho.

Consequentemente, isso impacta o comércio, que vê o público buscar formas de driblar o aperto econômico. Uma delas é o parcelamento das compras, permitindo ao consumidor equilibrar a necessidade de comprar com a realidade financeira do país.

Compare as diferentes opções de crédito para o consumidor e descubra qual é a solução com juros mais baixos.

Mas o parcelamento pode ser uma armadilha se a pessoa não comparar os juros das diferentes opções de crédito. Nesse sentido, o crediário digital surge como uma alternativa mais econômica, como você pode ver adiante.

Queda no poder de compra do consumidor brasileiro em 2022

Economistas já apontam a possibilidade de o Brasil registrar, pelo segundo ano seguido, uma inflação acima de 10%. Se confirmada, será uma situação ímpar desde o início do Plano Real.

Com o índice acumulado de 12,1% nos 12 meses até maio de 2022, o país tem a quarta maior inflação entre as 20 maiores economias do mundo, atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia.

Isso tem um grande impacto no dia a dia. De acordo com a Hibou, as principais preocupações dos brasileiros são os gastos com combustíveis (63%), carne (55%) e itens da cesta básica (34%). Mais ainda, a renda do brasileiro foi reduzida de modo generalizado: um em cada quatro consumidores (27%) tiveram perda nesse aspecto em 2022.

Para poder consumir, 41% dos brasileiros procuraram alguma forma de empréstimo nos últimos 12 meses. Então, vale comparar os juros das principais opções disponíveis no mercado para que a solução não vire uma bola de neve.

Driblando os juros altos: qual é a solução de crédito mais econômica?

A pesquisa da Hibou aponta como os quatro principais meios institucionais para obtenção de empréstimos no Brasil:

  • bancos: 38%
  • empréstimo consignado: 34%
  • cartão de crédito: 11%
  • fintechs: 8%

Portanto, vamos concentrar a comparação entre as soluções mais populares. Acompanhe!

Crédito pessoal não consignado

Esta opção tem diferentes nomes: empréstimo pessoal, empréstimo não consignado, crédito pessoal, crédito não consignado… Mas, no geral, eles se referem ao crédito oferecido por uma entidade financeira sem descontar o salário do indivíduo ou exigir bens como garantia de pagamento.

A taxa de juros no crédito pessoal não consignado é pré-fixada e está disponível no site do Banco Central do Brasil.

Juros do crédito pessoal não consignado em maio de 2022:

  • Caixa Econômica Federal: 2,28% ao mês.
  • Banco do Brasil: 4,06% ao mês.
  • Itaú Unibanco: 4,24% ao mês.
  • Santander: 5,03% ao mês.
  • NU Financeira: 5,33% ao mês.
  • Bradesco: 6,37% ao mês.

Ao todo, existem 80 soluções do tipo no Brasil. A taxa de juros pode chegar a 20,09% ao mês em alguns bancos e costuma ser maior do que a taxa do crédito consignado.

Crédito consignado

O crédito ou empréstimo consignado, por sua vez, desconta o pagamento das parcelas diretamente dos rendimentos pessoais, seja o salário, seja a aposentadoria. Em compensação, tem uma taxa de juros relativamente menor do que a do crédito não consignado.

Juros do crédito consignado em maio de 2022:

  • Caixa Econômica Federal: 1,52% ao mês.
  • Banco Inter: 1,75% ao mês.
  • Banco do Brasil: 2,11% ao mês.
  • Bradesco: 2,72% ao mês.
  • Santander: 2,72% ao mês.
  • Itaú Unibanco: 2,78% ao mês.

A desvantagem do crédito consignado é que oferece menos liberdade para o indivíduo administrar seu rendimento. Por exemplo, se houver uma emergência financeira, o consumidor terá parte de sua renda retida antes de chegar na conta e não contará com esse valor.

Cartão de crédito

De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 52 milhões de brasileiros utilizam cartão de crédito como meio de pagamento. Porém, 96% não conhecem as taxas de juros mensais.

Isso representa um grande perigo para o consumidor, uma vez que os juros do cartão podem chegar a 17,52% nas parcelas mensais.

Juros do cartão de crédito em maio de 2022:

  • Banco Inter: 5,81% ao mês.
  • Caixa Econômica Federal: 6,60% ao mês.
  • NU Financeira: 7,86% ao mês.
  • Itaucard: 8,98% ao mês.
  • Santander: 9,32% ao mês.
  • Banco do Brasil: 9,33% ao mês.
  • Bradesco: 9,59% ao mês.

O cartão de crédito é um dos maiores entraves à organização financeira dos brasileiros. Ao ano, a taxa de juros pode chegar a quase 600%.

Crediário digital

Essas opções de crédito ao consumidor, quando não viram uma bola de neve, são pouco flexíveis. Mas existe uma solução que concilia juros mais baixos com flexibilidade: o crediário digital, tendência internacionalmente conhecida como Buy Now, Pay Later (BNPL), ou “compre agora, pague depois”.

A solução é trazida por fintechs, empresas financeiras que contam com avançadas tecnologias para oferecer serviços mais customizados ao consumidor. Algumas delas já permitem o parcelamento em até cinco vezes sem juros ou em até 24 vezes com juros a partir de 1,99% ao mês.

O crediário digital é muito fácil de ser utilizado. Ele é ofertado diretamente no checkout das lojas, na etapa de pagamento da compra, independentemente do canal de venda. Pode ser habilitado tanto em lojas online quanto offline como e-commerces, aplicativos, televendas e lojas físicas.

O consumidor então pode parcelar as compras no boleto ou Pix, com análise de crédito 100% digital, de forma automatizada e realizada em segundos com o apoio da inteligência artificial.

Esse crédito direto ao consumidor (CDC), além de atender a uma necessidade do público, contribui para o comércio continuar vendendo nesse período conturbado da economia. Portanto, percebe-se que o crediário digital oferece juros mais baixos e também é ótimo para os negócios.

Leia também: Parcelamento no boleto e Pix: tendência em 2022