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O fim do lojista multitarefa: como empresas parceiras podem ajudar nos negócios

Por: Raphael Alexandre

É diretor da OmniEnvios, uma plataforma logística de gestão Omnichannel, serviço que possibilita entregas mais rápidas e mais econômicas, sobretudo para as grandes empresas. Formado em Publicidade e Propaganda, possui MBA em Marketing e Gestão de Vendas e tem mais de dez anos de experiência no mercado digital. Atuou como gestor em agências de marketing e Consultorias com foco em e-commerce. Também é vice-presidente do Comitê de Líderes de e-commerce (ComEcomm-SP), que tem como princípio criar e gerir um ambiente de cooperação entre os membros lojistas e especialistas em e-commerce.

Ser multitarefa, ou multitasking para os adeptos do estrangeirismo, é a capacidade de realizar duas ou mais atividades ao mesmo tempo. Uma habilidade incrível, não é mesmo? Especialmente em tempos de quadros enxutos de funcionários e com a necessidade de se desdobrar para dar conta de todas as demandas da empresa. Contudo, impor esse dever de ser multitarefa ao lojista, impede-o de focar no que é realmente importante: a especialidade do seu negócio.

Segundo um estudo publicado pela Universidade de Houston, fazer vários trabalhos simultaneamente pode gerar sensações negativas, como tensão, tristeza e até raiva. A pesquisa feita na instituição americana investigou casos de profissionais que eram interrompidos em uma atividade para realizarem outra, distraindo-os da tarefa principal.

Apesar de o estudo ser focado em colaboradores de uma empresa, ele serve como um alerta para donos do próprio negócio, como lojistas, e também para diretores e profissionais de alto escalão. Isso porque, com as atribuições da rotina da empresa, não é possível ser especialista em várias áreas ao mesmo tempo.

Um varejo de eletroeletrônicos é uma loja especializada em aparelhos como computadores, celulares e televisores, por exemplo, e não em marketing. Um lojista de semijoias dificilmente será um especialista em embalagens. Assim como uma rede de moda não dominará o assunto quanto do tema for logística.

Lojista multitarefa = frustração

Caso queira entender sobre todas as esferas (financeiro, logística, marketing), pode acabar se sobrecarregando e não aproveitar o melhor que o mercado tem a oferecer nessas diferentes áreas que fogem de sua alçada principal.

Por experiência própria, posso dizer que a tentativa de realizar todas as tarefas que envolvem o negócio pode gerar frustração. Afinal, é impossível fazer com maestria atividades tão distintas entre si, e que exigem conhecimento de diferentes setores.

Além da decepção, claro, por não conseguir entregar os melhores resultados, como uma ação de marketing eficiente ou a embalagem mais adequada para o seu produto, a tentativa de ser um lojista multitarefa também pode gerar problemas financeiros.

Isso porque sem uma empresa especializada na área, há a dificuldade de conhecer e se adaptar às novidades de setores específicos, perdendo a oportunidade de ações que geram economia para o negócio.

No caso da logística, por exemplo, uma empresa especializada neste setor pode apresentar os serviços mais adequados para cada varejo. Além disso, pode trazer inovações na área, assim como oferecer meios para reduzir custos logísticos e melhorar prazos de entrega.

Terceirização de serviços x parceria

O fim do lojista multitarefa não se trata apenas da terceirização de serviços, onde o proprietário do varejo passa toda a responsabilidade para a nova empresa incumbida da atividade específica. A ideia é trabalhar em parceria com as empresas especializadas nas áreas que o lojista não domina.

E quando se fala em parceria, trata-se de poder contar com o know-how da nova aliada do negócio, sem deixar de acompanhar todo o processo desempenhado por ela. A parceria também inclui decisões conjuntas, visando o aprimoramento do serviço, economia para o negócio ou vantagens para os consumidores.

A empresa parceira se torna responsável não apenas para desempenhar o serviço contratado, trazendo lucratividade para o seu próprio negócio. A colaboração se dá também no comprometimento de ver a sua contratante prosperar.

Assim, novas tecnologias podem ser apresentadas, proporcionando atualizações constantes de acordo com o desenvolvimento do mercado a fim de que o negócio se mantenha à frente dos concorrentes.

A hora da logística

Não é novidade para ninguém que os consumidores brasileiros estão utilizando mais as lojas online. Com a comodidade promovida pelo e-commerce, mesmo com a dificuldade enfrentada na economia, as vendas aumentaram.

De acordo a pesquisa da Ipsos, Compras Durante a Pandemia, publicada no início deste ano, o aumento de compras online chegou a 47% no Brasil. Com isso, surge a necessidade da melhora nos serviços de logística estratégica. Com maior volume de envios, cresce também a demanda de trabalho nesta área. E, caso o serviço de entregas se mantenha com a própria empresa, a probabilidade de intercorrências e, consequentemente, reclamações dos clientes podem aumentar também.

Já no caso de firmar uma parceria com uma empresa especializada em logística, não será necessário o aumento no quadro de funcionários devido a maior demanda de trabalho no setor de envios. Além disso, o tempo que antes a contratante destinava para fazer os envios, agora poderá ser dedicado a outras atividades relevantes da empresa.

Desta forma, o lojista deixa de ser multitarefa, focando no que realmente é a especialidade do negócio.