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O que o brasileiro pensa sobre criptomoedas e o que quer fazer com elas?

Por: Rúbens Neistein

Country manager da CoinPayments no Brasil. Já teve passagem pela Foundation for International Blockchain and Real Estate Expertise (FIBREE). Em 2017, ajudou a lançar a Braziliex, especializada em intercâmbio de criptomoedas. Entre 2018 e 2020, foi CEO e membro fundador da Blockmaster. Aos 25 anos, criou sua primeira empresa, a agência digital Web Factory. Ficou 20 anos nela até iniciar a jornada em cripto e blockchain. Desde 1999, desenvolvesse novos negócios online na internet nacional. Entre eles está o destaque da primeira operação de e-commerce de perfumes e cosméticos no Brasil.

Elas chegaram. As criptomoedas, que por muito tempo eram cercadas de desconfiança, tornaram-se a principal tendência do mercado financeiro nos últimos tempos, e com grande potencial de consolidação nos próximos anos. Para além de toda a valorização monetária, diferentes setores e serviços começam a desenvolver seus próprios projetos na área. Um país inteiro, inclusive, já adotou o Bitcoin como moeda oficial (é o caso de El Salvador).

No Brasil, tem havido um aumento do interesse pelas criptomoedas. Mas quais os objetivos dos brasileiros com elas?

Porém, diante desse crescimento e de todas as possibilidades, o que o brasileiro pensa a respeito dos criptoativos? Ou melhor, quais são os objetivos que ele possui na hora de adquirir uma solução desse tipo? O movimento de popularização desse meio de pagamento ainda é recente. Portanto, compreender todas as nuances em torno desse aumento de interesse é a forma mais eficaz para desenvolver iniciativas mais eficientes. Confira os principais tópicos que envolvem o país e as criptomoedas:

1. O brasileiro quer utilizá-las nas lojas físicas

As moedas são digitais, mas os brasileiros desejam utilizá-las para realizar compras também no varejo físico. Uma pesquisa realizada por uma empresa do setor mostrou que mais de um terço da população (36,2%) deseja comprar seus produtos em lojas de rua e em centros de compras com essa opção. Essa demanda oferece uma ótima oportunidade de negócio para diferentes lojistas, que podem desenvolver os próprios programas de pagamento por meio de tokens e criptomoedas, eliminando, assim, intermediários em suas transações.

2. São vistas como ferramenta além das operações financeiras

Mas engana-se quem pensa que as criptomoedas servem apenas para estabelecer a relação de troca na compra e venda de produtos e serviços, como uma moeda fiduciária tradicional. Pelo contrário, há um desejo intrínseco dos usuários de que elas possam destravar diferentes programas de fidelidade e engajamento, com promoções e descontos em sua utilização. É o que afirmam quase 50% das pessoas na pesquisa já citada: esse grupo reconhece que essa possibilidade é uma forma de atração e incentivo ao mercado cripto.

3. Têm potencial para integrar carteira de investimentos

Ainda que o perfil de investimento do brasileiro seja, em sua maioria, conservador (ainda mais diante de instabilidades econômicas), as criptomoedas têm o potencial de integrar a carteira dos investidores no país. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, mostra que esse tipo de ativo já está presente em quase 15% das pessoas com algum tipo de investimento no Brasil. O número é três vezes maior do que na França e nove vezes maior do que na Inglaterra – nações bem mais consolidadas em relação às moedas digitais.

4. São consideradas uma proteção para o dinheiro

A alta volatilidade de seus principais modelos, como o Bitcoin, faz com que essa categoria seja considerada um investimento de alto risco. Mesmo assim, diante do cenário de inflação alta, que corrói a renda e diminui o poder de compra do brasileiro, alocar parte do dinheiro nessa modalidade é visto como estratégia de proteção. Quase dois terços das pessoas (62%) admitem que consideram as criptomoedas o “futuro das finanças”, enquanto 53% acham que elas são uma forma confiável de “guardar” ativos, de acordo com pesquisa da exchange KuCoin.

5. O assunto ainda é recente e vai ser mais explorado

Mesmo diante de todo esse crescimento, as criptomoedas ainda são um tema recente e novo para os brasileiros. Segundo a corretora Gemini, praticamente quatro em cada dez brasileiros que possuem criptoativos em sua carteira de investimentos os adquiriram em 2021. Trata-se do maior indicador, ao lado da Indonésia. Dessa forma, como o objetivo da maioria é o planejamento em longo prazo, há um espaço considerável de tempo para que os usuários possam se aprofundar no assunto e até corrigir/melhorar suas estratégias.

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