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Black Friday: menos quedas, mais vendas!

Por: Pedro Ivo Soares

Pedro Ivo T. Soares, 31 anos, natural de Minas Gerais. Consultor em tecnologia da informação com 11 anos de atuação no mercado. Iniciou a carreira como desenvolvedor backend, se especializou em arquitetura de software, e mais recentemente em Devops e SRE. Atualmente é Head de Tecnologia e DPO na Stoom, empresa que atua à 6 anos.

O seu e-commerce está preparado para alta demanda de acessos na Black Friday ou datas sazonais de grandes movimentações do setor?

Em campanhas ou épocas de grande demanda para o e-commerce, o aumento de acessos na plataforma pode levar a queda ou lentidão no sistema, comprometendo a imagem da empresa, a experiência do cliente e o fluxo financeiro. Uma solução assertiva é a preparação antecipada e preventiva da infraestrutura do e-commerce. Dessa forma, é possível aproveitar o grande potencial de ganhos e vendas nessas datas.

Em 2020, os e-commerces brasileiros perderam ao menos R$48,7 milhões na Black Friday e Cyber Monday em decorrência de quedas e lentidão nos sites. Se pensarmos em uma única operação, e tendo por base um dia de Black Friday com potencial de ganho de R$ 1.000.000,00, uma hora fora do ar terá o impacto de R$ 50.000,00 em perdas para o e-commerce, isso sem contar a imagem da loja e a retenção de cliente.

É fato que, atualmente, existem serviços de tecnologia que oferecem recursos para absorver essas demandas de preparação. Um recurso efetivo é a escala automática que otimiza seu sistema conforme o aumento de acesso dos usuários vai acontecendo.

No entanto, o automático muitas vezes não é suficiente. Quando o pico de acessos é muito grande, o sistema não consegue trabalhar aquela otimização com a rapidez necessária, e o site acaba ficando fora do ar ou com tempo de resposta altíssimo. O que fazer, então? A alternativa mais assertiva é de escalar previamente. Mas o que seria escalar previamente?

Escalar previamente o sistema é uma forma de simular o fluxo de acessos que acontece nessas datas especiais do e-commerce, e ser capaz de antecipar o comportamento da plataforma. Por exemplo: a partir de quantos acessos simultâneos o servidor se torna lento? E, a partir desse ponto, definir se e quanto faz sentido expandir o servidor ou a capacidade do banco de dados para possibilitar uma experiência de compra fluida, rápida e sem quedas. A essa metodologia damos o nome de Stress Test ou Load Test.

O Stress Test é uma tendência de mercado que vem sendo utilizada por grandes players com excelentes resultados. As empresas que utilizam essa metodologia estão superando metas de forma consecutiva nos grandes eventos do e-commerce brasileiro, como Black Friday e Cyber Monday.

A metodologia Stress Test se divide em três etapas que consistem em:

  1. Baseline, que é a primeira bateria de testes feita para entender a capacidade da infraestrutura atual;
  2. ScaleUp, que consiste em escalar o servidor de acordo com o volume esperado de acessos;
  3. Finalização, na qual aplicamos o mesmo método do primeiro passo em momentos diferentes desse setor escalado, avaliando cada métrica. E finalizamos com a bateria de testes buscando atingir valores otimizados em uma escala linear.

Em resumo, o processo consiste em efetuar testes que detectam, à medida que o volume de usuários aumenta, como será o comportamento do servidor comum em relação ao tempo de resposta. E, assim, propor uma configuração alternativa mais robusta na qual o servidor terá melhor desempenho.

A mesma lógica se repete quando falamos de volume de dados trafegados. Ou seja, à medida que o número de usuários aumenta, o site tem dificuldades em dar vazão ao volume trafegado, ocasionando falhas de funcionamento. Ao efetuar os testes, é possível descobrir qual o servidor necessário para trafegar as informações necessárias e de forma rápida.

Pensemos em um dia normal em um supermercado como exemplo: com que agilidade é possível atender os consumidores na fila do caixa? É normal que, quando a quantidade de pessoas aumenta, também aumente o tempo de espera. O que fazer, então? Aumentar o número de caixas abertos para atender mais clientes simultaneamente.

Mas e quando não ocorre apenas um aumento no número de clientes, mas também um aumento no volume de itens por carrinho no supermercado? Abrir mais caixas não resolveria em definitivo esse problema. A solução aqui poderia ser convocar mais funcionários para embalar as compras, mantendo a agilidade no caixa mesmo movimentando um volume de compras maior.

Todos esses pontos corroboram uma tendência ainda mais forte: investimento em tecnologia para alavancar vendas. O Stress Test, assim como diversos outros serviços e produtos disponíveis para o ecossistema de e-commerce, é uma inovação tecnológica que trabalha a plataforma da arquitetura e infraestrutura para fora. Isso acontece porque o mercado percebeu que não faz sentido investir em melhorias no site sem que a base tecnológica seja sólida o suficiente para aguentar as demandas de uma campanha de vendas maciça. Simplesmente a conta não fecha, os investimentos são altos e os resultados não chegam. Por isso, é fundamental que nessa Black Friday os e-commerces brasileiros estejam alinhados com as expectativas e desejos do consumidor final e completamente preparados para oferecer uma experiência de compra única, fluida e sem quedas. Ainda há tempo!