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Venda pela internet pode ser o diferencial no mercado de móveis

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Inconformado com os altos preços de móveis com design assinado no Brasil, o alemão Max Reichel escolheu o País para inaugurar um novo modelo de negócio. Espécie de fast fashion do mercado de móveis, o site Oppa entrou no ar em dezembro do ano passado e especializou-se na venda de peças conceituais – criadas por jovens designers brasileiros – a preços populares e com pagamento facilitado.

Para ser colocada em prática, a ideia recebeu recursos do fundo de investimento brasileiro Monashees e do norte-americano Thrive Capital. O negócio cai como uma luva para o mercado popular, mas Reichel rejeita a divisão de classes e garante que seu objetivo é fazer design igual para todos. Segundo o empresário, o avanço da economia brasileira aumenta o poder de consumo e reduz a disparidade social, portanto, novos negócios no setor devem evitar focar em apenas um público. “Todo mundo quer comprar uma cadeira bonita, de qualidade, por um preço justo”, afirma.

A intenção de Reichel é lançar novos designers e coleções diferentes a cada 30 dias. Além disso, a escolha da internet como canal de venda não foi à toa. Há redução de custos e, com isso, a empresa oferece preços até 50% inferiores em relação ao mercado. “Manter móveis em estoque custa muito caro. Cortamos até 70% dos custos criando uma logística que tirasse o produto direto do depósito para a casa do consumidor”, afirma.Outro segredo do empresário é aproveitar espaços ociosos em diversas fábricas de móveis para produzir as peças comercializadas pela Oppa.

Virtual

Mas a venda pela internet tem seus desafios. Primeiro, é preciso criar no consumidor o hábito de adquirir móveis pela internet, por isso, Reichel organiza showrooms e criou um espaço fixo da marca dentro de uma loja de produtos de design. Ele ainda adotou um sistema no qual o funcionário só deixa o endereço de entrega após o cliente conferir e aprovar o produto recebido. “Estou investindo muito no atendimento, essencial para construir a confiança capaz de fazer com que o cliente compre online.”

Desde 2006, a empresa catarinense Meu Móvel de Madeira explora o mercado virtual. Subsidiária da Celulose Irani, a empresa vende objetos de madeira retirada de florestas replantadas. Depois de conquistar público e consolidar o negócio em sua área de atuação, a empresa agora concentra-se na elaboração do design, na comercialização e logística. “O que aconteceu foi que o consumidor brasileiro amadureceu muito e hoje focamos no desenvolvimento de uma experiência única de compra para que o cliente possa recomendar o produto para os seus amigos”, diz o diretor da operação, Ronald Heinrichs.

Crescimento

A Meu Móvel de Madeira faturou cerca de R$ 10 milhões no ano passado e cresce a uma taxa de quase 50% ao ano. O segredo desse resultado, segundo o empreendedor, também está no atendimento ao consumidor – boa parte dos clientes chega até o site por meio da propaganda espontânea dos clientes. “Nós temos um canal de atendimento 0800 totalmente focado em desenvolver um contato mais pessoal, sem scripts e respostas prontas”, afirma Heinrichs.

Para facilitar as vendas, o empresário criou ainda uma descrição detalhada de cada produto vendido, com galeria de fotos e informações precisas sobre suas dimensões. “Eu acredito que o comércio eletrônico tem muitas oportunidades para negócios iniciantes. No entanto, muitos dos novos entrantes perdem espaço por serem vistos só como mais um negócio”, analisa. “Uma loja na internet tem estrutura diferente, exige uma demanda e uma cabeça diferente”, conclui.

Como exemplo, o empreendedor menciona o atual poder das mídias sociais, como Facebook e Twitter. Segundo Heinrichs, por esses canais, o consumidor insatisfeito pode propagar uma queixa sobre a empresa para centenas de usuários.

Com informações de Estadão PME