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Tempo, dinheiro e tecnologia: estudo revela atitudes de consumidores ao redor do mundo

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Brasil lidera a lista de países mais abertos a realizar pagamentos de um jeito mais simples, via dispositivos móveis

O PayPal anunciou os resultados de uma pesquisa realizada em 15 países (incluindo o Brasil) com o objetivo de compreender o comportamento das pessoas em âmbito global, levando em conta as variações específicas de cada país em relação ao uso do tempo, tecnologia e dinheiro, além de outros elementos centrais da People Economy* (ou, traduzindo do inglês, “Economia das Pessoas”).

Um mundo sem filas: um sonho de brasileiros

A pesquisa detectou que 70% dos consumidores do mercado global consideram que a tecnologia deva fazer com que os pagamentos sejam mais simples, conectados e rápidos, com mais opções e oportunidades. A rotina dos consumidores ao redor do mundo, no entanto, revela um quadro diferente do desejo descrito acima. Por exemplo, os brasileiros são os que mais se incomodam com a espera em filas. 74% dos entrevistados afirmaram que evitar as filas é a melhor parte de um mundo onde não é preciso se preocupar com os métodos de pagamento. O tempo perdido no trânsito também é outro ponto ressaltado – 33% dos consumidores do País afirmam que ficar preso no congestionamento é um dos seus principais problemas.

O estudo revela, ainda, que o deslocamento para o trabalho e as rotinas diárias parecem ser os maiores responsáveis pela perda de tempo: todos os países apresentaram uma média superior a uma hora gasta com essas atividades. Os italianos parecem ser os que enfrentam os piores problemas de locomoção no trajeto de ida e volta ao trabalho: gastam mais de 2 horas diárias no trânsito (123 minutos em média), seguidos pelos israelenses (117 minutos). Os russos gastam quase três horas com as tarefas a cada dia (166 minutos), seguidos pelos brasileiros (125 minutos), americanos (118 minutos), chineses (115 minutos) e turcos (112 minutos).

Quando o assunto são filas de espera, trânsito e outras rotinas, os brasileiros relataram perder em média 94 minutos nessas diferentes atividades. A média brasileira está entre as mais altas apresentadas no estudo dos países.

A maioria das pessoas perde até 4 horas de seus dias em tarefas banais

Mais da metade da população global (56%) perde horas todos os dias esperando em filas para realizar um pagamento, deslocando-se para o trabalho ou perdendo tempo no trânsito, em reuniões inúteis, ou com afazeres diários. Apenas a Alemanha mostrou uma porcentagem significativamente alta (19%) de sua população que alega ser altamente eficiente e não perder tempo útil.

Na prática, a maioria das pessoas gostaria que a tecnologia ajudasse a mantê-las  longe das grandes filas, a exemplo de Cingapura (73 %), China (72%) e Austrália (51%). Já, os consumidores europeus reclamam de serem obrigados a esperar que alguém venha receber o pagamento ou de serem forçados a lidar com dinheiro “vivo” para realizar uma compra. Os maiores índices de insatisfação naquele continente se apresentam na Espanha (55%), Itália e Rússia (53%), seguida pela França e Turquia (41%) e Inglaterra (39%).

A insatisfação também pode ser notada nas compras online: sites que exigem que um cliente se registre antes de efetuar uma compra estão propensos a perder mais da metade das vendas potenciais na Itália (52%), no Canadá (51%) e na Espanha (50%).

Embora o fato de perdermos tempo em atividades diárias não ser uma surpresa, varia muito de país para país a forma com que as pessoas utilizariam esse tempo se tivessem essa oportunidade. Entre aqueles de gostariam de usar esse tempo em atividades mais importantes, os americanos citaram passar mais tempo com a família (54%), os japoneses gostariam de se dedicar a questões pessoais (63%), os chineses se dedicariam a mais atividades físicas (48%) e os hispânicos às atividades de lazer (35%).

As economias com crescimento acelerado aderem aos serviços móveis

Em todo o mundo, smartphones têm, para as pessoas, a mesma importância que as chaves quando consideramos a lista dos objetos sem os quais as pessoas não saem de casa. Nesta lista, inclusive, os dispositivos móveis são tidos como mais importantes do que dinheiro em espécie ou e cartão de crédito. Esta estatística, aliás, confirma que os pagamentos através de dispositivos móveis são a chave para o futuro das vendas. Na realidade, em algumas das economias de maior crescimento, a maioria da população já utiliza este tipo de pagamento. Na China, 90% dos entrevistados utilizam seus telefones para realizar pagamentos, assim como na Rússia (85%), Brasil (aproximadamente 70%) e Turquia (60%). Mesmo na China, onde os pagamentos com dispositivos móveis são muito populares, 35 % dos entrevistados responderam que gostariam que esse tipo de pagamento fosse ainda mais simples. O mundo está maduro para uma inovação contínua.

E, no quesito simplicidade, o Brasil aparece no topo da lista dos países que buscam formas mais simples de pagamento por meio de seus dispositivos móveis. 30% dos entrevistados acham que isso é importante, contra 20% da média global.

Mário Mello, diretor geral do PayPal para a América Latina, frisa que o estudo destaca que diferentemente das economias desenvolvidas, os mercados emergentes usam mais os dispositivos móveis para pagar. “É motivador saber que estes países adotam estas tendências de uma maneira mais rápida. Além disso, 60% dos nossos entrevistados consideram que os pequenos negócios locais poderiam se beneficiar dos pagamentos móveis ou online”, revelou ele. Segundo o executivo, a região conta com muitos empreendedores e empresas em crescimento que são muito tradicionais e precisam de um impulso para adotar novas tecnologias. “Comunicar estas estatísticas poderia ajuda-las a, finalmente, dar este salto em direção ao comércio eletrônico com transações mais simples, rápidas e seguras”, finaliza Mello.

Seja a irritação de ser obrigado a esperar que o lojista receba o pagamento, seja o aborrecimento de buscar e levar consigo dinheiro em espécie, o desconforto de carregar uma carteira, a falta de confiança nos quiosques ou outras barreiras entre as pessoas e seus desejos, podemos dizer que o mundo caminha para formas mais rápidas e seguras para fazer e receber pagamentos.