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Comércio virtual via smartphones deve chegar a R$ 2 bilhões em 2013

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

As vendas online por meio de aparelhos móveis (mobile commerce, ou m-commerce), devem apresentar um crescimento expressivo no País nos próximos meses. A estimativa é que esse segmento movimente cerca de R$ 2 bilhões em 2013 (no primeiro semestre deste ano, foram R$ 132 milhões). E as grandes varejistas começam a se adaptar a essa migração de plataforma.

A expansão desse segmento do comércio eletrônico se deve principalmente ao aumento da penetração de dispositivos com acesso à internet e de banda larga móvel. Este mercado bilionário, antes acessível apenas para os clientes das classes A e B, em função do alto custo dos aparelhos e dos planos de dados, já está nas mãos da nova classe média, que deverá ganhar cada vez mais espaço nas compras, segundo especialistas.

Por enquanto, as vendas do varejo online por meio de smartphones e tablets representaram o equivalente a 1,3% do faturamento total de e-commerce no primeiro semestre deste ano, que somou R$ 10,2 bilhões. Até o final do próximo ano, contudo, devem atingir cerca de 10% do total dos negócios realizados pelo comércio eletrônico brasileiro, prevê a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net).

No Magazine Luiza, a decisão de lançar e desenvolver uma plataforma própria para os dispositivos móveis aconteceu há um ano, após a percepção de que cada vez mais os acessos ao site convencional da varejista aconteciam por meio de celulares, conta o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da rede, André Fatala. Entre janeiro e setembro de 2011, os acessos cresceram 371%. “Em outubro (de 2011) decidimos pelo desenvolvimento de uma plataforma específica, que levamos três meses para desenvolver e lançar.”

Outras varejistas também desenharam sites especialmente para tablets e smartphones. O Walmart possui uma versão do site exclusivamente para dispositivos móveis. “A página é customizada para os mais diversos padrões de plataformas e amigável, para uma navegação rápida”, diz o diretor de marketing e novos negócios do Walmart, Roberto Wajnsztok.

O Pão de Açúcar, por sua vez, lançou há dois anos sua plataforma para aparelhos móveis. Segundo o diretor de operações da empresa, João Edson Gravata, os usuários têm acesso a funcionalidades e serviços encontrados no site convencional. “A ideia é uma experiência de compras ainda mais agradável e conveniente”, afirma.

A B2W também dispõe de vendas para celular e tablet. O site Submarino opera aplicativos para aparelhos iPhone, Android e Nokia. Já a Americanas.com está disponível para iPhone e Nokia. Em ambos os casos, os consumidores encontram ofertas em destaque, para navegação rápida.

O grande desafio do m-commerce está no aumento das taxas de conversão – ou efetivação da compra. Atualmente, os usuários usam os dispositivos móveis sobretudo para pesquisar preços, consultar endereços de lojas ou características de produtos. “A maior parte dos negócios ainda é venda de ingressos para show, cinema e teatro, pois são decisões rápidas que podem ser tomadas na rua ou em qualquer lugar”, destaca o vice-presidente de estratégias da Câmara-e.net, Leonardo Palhares.

Esse nicho de varejo online, porém, ainda é novo e deve crescer muito rapidamente, diz Pallares. “Boa parte das operações de e-commerce ainda está se adequando ao modelo móvel.”

Para Fatala, do Magazine Luiza, o barateamento da internet móvel e dos aparelhos deve gerar daqui para frente um aumento das vendas por meio de dispositivos móveis num ritmo superior ao dos sites de e-commerce acessados por computadores de mesa (desktops) e notebooks.

Dificuldade. Francisco Donato, presidente do Zoom, site de comparação de preços que opera com cerca de 500 varejistas online, destaca que a empresa até oferece aos clientes a possibilidade de pesquisar por meio dos celulares, mas no momento da conversão alguns sites ainda não contam com páginas que facilitem a finalização da compra pelos dispositivos móveis.

“O varejista ainda está se adequando a essa nova realidade do m-commerce”, diz Donato. Segundo ele, os sites destinados ao mobile commerce precisam desenvolver sistemas capazes de reduzir o número de cliques até a finalização da compra.

Fonte: Economia & Negócios – Estadão.com.br