Arrumar seed capital (ou “capital semente”) para uma startup de forma tradicional é uma das fases mais difíceis durante a construção/concepção de uma nova empresa. Nem toda startup precisa passar por isso, é claro, mas existem ideias que sem o investimento inicial necessário não conseguem sair do papel.
Felizmente para os empreendedores de plantão, surgem novas alternativas: uma variedade imensa de novas plataformas e tecnologias que ajudam o empreendedor a dar o primeiro voo. Para o empreendedor moderno, existem mais opções do que nunca para transformar uma ideia em algo concreto.
“Uma das coisas mais legais acontecendo atualmente é que existe uma proliferação massiva nas maneiras de se começar uma começar uma empresa e conseguir capital semente”, disse Aaron Harris, parceiro da Y-Combinator, uma das duas maiores aceleradoras de Startups do mundo, localizada no Vale do Silício.
Uma das (relativamente) novas possibilidades para a obtenção de capital, é o uso da estratégia de “CrowdFunding”, apoiado por gigantes da área que vem crescendo ano após ano como o “Kickstarter” e o “Indiegogo”, além de alguns brasileiros como o “Catarse”. O “CrowdFunding” online funciona muito bem para ideias de qualquer tipo e tem se mostrado extremamente bem recebido inclusive pelos consumidores.
O processo de “CrowdFunding” online começa com a divulgação de sua ideia em uma das plataformas (juntamente com um vídeo de introdução explicando o que você pretende atingir), informando o quanto você quer para o projeto, como (e porquê) você vai usar o dinheiro, o estado atual do projeto, dentre outras informações relevantes.
Feito isto, é preciso estipular as recompensas para cada faixa de contribuição disponível (uma vez que pessoas que pagam quantias expressivamente diferentes, devem receber recompensas proporcionais ao valor pago). Quanto melhores as recompensas e os dados e vídeos disponibilizados sobre o projeto, maiores são as chances de sucesso.
Um dos fatores mais interessantes deste modelo é o fato de permitir que os donos das startups vendam seus produtos diretamente ao público final (antes mesmo do produto ter sido sequer fabricado/implementado), se tornando uma excelente maneira de “pré-vender” um produto ou serviço para testar o mercado.
Exemplos de projetos de sucesso não são raros neste modelo: o “Pebble SmartWatch” foi um dos primeiros destes casos , pedindo US$100.000 para iniciar o projeto, acabou faturando US$10.2 milhões (10.200% acima do planejado). Além dele, o “Coolest Cooler” recentemente arrecadou US$13 milhões, após um pedido inicial de apenas US$50.000 para iniciar o projeto.
Ter seu projeto idéia “funded” porém, é só o primeiro passo de muitos. Após esta etapa, você precisará produzir, testar, validar e enviar tudo que foi comprado pelos clientes que apostaram na ideia. Quanto mais dinheiro recebido, mais trabalho você terá fazendo isso tudo.
Além disso, ter tido sucesso com o “CrowdFunding” não significa que você terá êxito quando levar seu produto ao mercado, em escala. Compradores em sites como os citados acima, são chamados “Early Adopters”, e são seus clientes de nicho, eles compram estas coisas porque gostam muito, logo não são os clientes “mainstream” que estão no mercado. Seus clientes de “CrowdFunding” são excelentes para obter feedback e melhorar seu produto, mas não são o consumidor típico, então tenha isso em mente.
Em resumo, um projeto bem sucedido neste formato, recebe o dinheiro antes de ter algo para entregar, demandando portanto muita responsabilidade e organização por parte do empreendedor. Outro ponto interessante é que este modelo de arrecadação mantém 100% da empresa na mão do empreendedor, ao contrário de modelos como Venture Capital onde quem fornece o capital acaba comprando parte da startup também.
Qual é o melhor método para a minha empresa? Nem tudo são flores quando se fala em captação de capital, no final das contas é preciso colocar na balança e medir os prós e contras de cada uma. Não existe receita de bolo, mas seguramente são modelos que funcionam muito bem quando usados corretamente.