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Tendências dos pagamentos online para 2014

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

R$ 31 bilhões. Esta foi a estimativa de faturamento do e-commerce em 2013, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

E seguindo a regra do e-commerce, o segmento de pagamentos online também terá um crescimento expressivo em 2014. Os meios de pagamentos online estão migrando para o offline, varejistas estão oferecendo novas formas de pagamento aos seus clientes, o comportamento do consumidor está inconstante. O desafio de realizar uma transação sem fraudes continua e as novas tecnologias fazem com que este mercado se desenvolva de forma muito rápida.

Segundo a Lets Talk Payments, empresa de pesquisa sobre inovações em pagamentos nos Estados Unidos, Europa e Ásia o mercado de empresas que processam pagamentos online estará bastante aquecido nos próximos anos, principalmente com o crescimento do consumo via mobile e com a intensificação do uso de novas tecnologias como NFC (Near Field Commucation) e QR Code/ Barcode.

No Brasil, como efeito deste novo perfil do cliente, mais “internauta”, os bancos estão investindo mais em tecnologia. Até 2017 estima-se que a internet responda por 60% das operações nos bancos do país e canais tradicionais como agências, contact center e ATIM já foram superados pelo Internet Banking e Mobile Banking. Entre 2008 e 2012 o acesso móvel de contas bancárias cresceu 137% ao ano.

Apesar de algumas tendências de meios de pagamento serem bastante claras há algum tempo, as tecnologias precisam ser desenvolvidas com rapidez para acompanhar todas essas mudanças.

Veja algumas tendências:

1. Mobile e tecnologias offline:

De acordo com estimativas da Gartner, o mercado de transações financeiras via mobile deve alcançar os 721 bilhões dólares em 2017. Na Europa mais de 50% de todos os pagamentos realizados será feito por dispositivos móveis em 2020, de acordo com a VISA.

Acompanhando esse crescimento, tecnologias como a NFC (Near Field Communication) tendem a se fortalecer. Estima-se que até 2015, cerca de 50% dos smartphones lançados em todo mundo irão adotar essa tecnologia que possibilita a troca de informações de dois dispositivos eletrônicos compatíveis de forma segura (dispensa a necessidade de digitar senhas ou acessar o Wi Fi). Assim é possível obter informações de um cartaz ou display de um supermercado ou comprar um ingresso, por exemplo.

No Brasil já são mais de um milhão de maquininhas POS capacitadas para transações NFC, e, segundo a MasterCard, este número ainda pode aumentar com a chegada da Copa do Mundo. O Banco do Brasil e a Visa anunciaram que já têm cartões com a tecnologia NFC.

2. Fraude e Risco:

Aprimorar sistemas anti-fraudes, como a gestão de risco, em tempos de crise da privacidade online será fundamental. Segundo pesquisa da Nilson Report, em 2012 o total de perdas com fraudes nos pagamentos globais somaram $ 11.2 bilhões de dólares.

Em outubro deste ano na Austrália, hackers acessaram contas antigas de e-mail do dono da Australia’s Inputs.io, uma empresa de serviços de software que gerenciava endereços de Bitcoins e roubaram 4,100 bitcoins (cerca de $1.6 milhões).

De acordo com a Fecomércio, 18% dos e-consumidores já foi vítima de algum crime digital. Entre as fraudes mais comuns está a clonagem de cartões de crédito e débito. E no caso dos dispositivos móveis esses riscos também são eminentes devido ao uso de aplicativos, inclusive aqueles que acessam o internet banking.

3. Redes Sociais e experiências com conteúdo de qualidade:

Se as pessoas estão usando mais seus dispositivos móveis para fazer compras elas também usam essas tecnologias para se conectarem às redes sociais. O comércio eletrônico nas redes sociais é uma tendência forte, principalmente no Brasil, país que têm o maior número de usuários do Facebook e a maior média de amigos por pessoa. Os brasileiros também são os que mais utilizam a internet na América Latina para fazer comentários sobre marcas. Essa característica brasileira da sociabilidade tende a ser cada vez mais explorada pelos vendedores e atrair esse público com conteúdos personalizados e de qualidade será primordial. Nesse sentido é importante contar com soluções de pagamentos que façam transações dentro das redes sociais e se possível sem redirecionamentos.

4. Cartão de crédito como principal meio de pagamento dos brasileiros:

Nos últimos anos o cartão de crédito tem sido o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros. Segundo pesquisa do Ibope realizada em outubro de 2013 e divulgada no Congresso E-commerce Brasil, 83% dos brasileiros preferem o cartão de crédito para fazer compras no e-commerce. Além da comodidade do parcelamento, o cartão de crédito confere mais poder de compra ao cliente, pois compromete apenas parcialmente sua renda e traz menos riscos de inadimplência. Além disso, o cartão de crédito é uma boa opção para os vendedores que necessitem receber pagamentos recorrentes e queiram fazer cobranças automáticas.