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Placar favorável ao comércio eletrônico

Por: Cristiano Chaussard

especialista em e-commerce, diretor de Tecnologia e Relacionamento da Flexy Negócios Digitais e presidente da ABComm/SC (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico em Santa Catarina)

Assim como a Copa do Mundo no Brasil já é considerada por críticos uma das melhores de todos os tempos, principalmente, pela média de gols elevada, o comércio eletrônico tem aplicado resultados esmagadores sobre as lojas físicas a cada data comemorativa. Segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que leva em conta a base de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o movimento de vendas no comércio tradicional na semana que antecede o Dia dos Namorados, entre os dias 5 e 11 de junho, caiu 8,63% em relação ao mesmo período do ano passado.

O setor amargou o pior resultado para a data nos últimos cinco anos, de acordo com o estudo. Em contrapartida, as vendas pela internet no Dia dos Namorados atingiu um faturamento de R$ 1,38 bilhão. Isso representa um crescimento impressionante de 38% em relação ao resultado das vendas obtido no mesmo período em 2013. Além do mais, a marca superou em 3% a previsão da E-bit, empresa especializada em informações do setor, em levantamento realizado entre os dias 28 de maio a 11 de junho.

E o placar está cada vez mais favorável para o e-commerce no Brasil. No Dia das Mães, o movimento do comércio foi semelhante, com ampla vantagem para o comércio virtual. No Natal de 2013, as lojas online brasileiras venderam nada menos que 41% a mais do que na época natalina de 2012. Enquanto isso, as lojas físicas tiveram queda de 5% nas vendas, segundo dados da Federação Nacional de Dirigentes Lojistas (FCDL).

As vendas estão claramente migrando de canal. Esse fenômeno mostra que as novas gerações já compram na internet e estão ano após ano ganhando poder aquisitivo. Pessoas com faixa etária maior que 50 anos também estão aderindo às compras online, principalmente, pela comodidade, para fugir do caos urbano, e pelos preços mais acessíveis no mundo virtual.

Estes são apenas alguns dados que mostram que o comércio eletrônico não pode mais ser ignorado pelo varejo. Isso não quer dizer que a loja física deve ficar de escanteio. É preciso que os dois canais joguem juntos, entrosados, no caminho para expandir o resultado dos negócios. Sim, isso é possível, tanto por meio de plataformas B2B (business-to-business) específicas e ajuda de especialistas na área, como no ingresso a shoppings virtuais. Um exemplo é o CDL Shopping, iniciativa da CNDL para servir como porta de entrada ao e-commerce a pequenos e médios varejistas.

Neste contexto, não existe milagre aos 45 minutos do segundo tempo. Integração de esforços, tanto online como offline, abrir a cabeça para novas tecnologias e um bom planejamento é o segredo para melhorar a competitividade e lucratividade no varejo.