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Bitcoins são o futuro das transações financeiras

Por: João Paulo Arraes

CFO da Bis2Bis E-commerce, empresa especializada no desenvolvimento de lojas virtuais Magento. Além disso, é especialista em AdWords, Digital Marketing e UX.

Você já deve ter ouvido falar das bitcoins. Nem todos se interessaram em conhecer a criptomoeda a fundo até agora, mas é bom voltar os olhos para esse dinheiro não palpável. Por quê? Além de garantir a total privacidade do comprador em uma operação comercial, com a “nova moeda” é possível fazer pagamentos internacionais sem cobrança de taxas como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que em 2013 bateu assustadores 6,38%, espantando muitos consumidores.

Primeiro, vamos apresentar essa bela invenção de autoria exata desconhecida. As bitcoins são moedas digitais desenvolvidas a partir de um código aberto formulado por Satoshi Nakamoto, no artigo científico “The Criptography Mailing List”, de 2008. O bitcoin pode ser transferido de um computador ou smartphone sem a necessidade de mediação por uma instituição financeira, o que acontece com os cartões de crédito e boletos bancários. Com o bitcoin, ocorre-se um pagamento de modelo P2P ou peer-to-peer. Os bancos de dados distribuídos pelos pontos da rede peer-to-peer registram as transações e garantem a segurança das mesmas por meio da criptografia.

Para adquirir os bitcoins, você precisa comprar a moeda de outras pessoas em sites especializados ou em casas de câmbio online. A cada compra, você armazena bitcoins em arquivos carteira e pode utilizá-los sem validade. O valor equivalente do bitcoin varia muito: no início, um bitcoin valia 446 dólares, hoje vale em média 697 dólares, mas já chegou a valer 1.023 dólares, em novembro de 2013. A moeda ainda está encontrando sua estabilidade e ampliando os centros comerciais que a aceitam, mas a expansão do bitcoin tem tido um crescimento exponencial (acesse www.coinmap.org para ver os estabelecimentos que aceitam bitcoins pelo mundo).

Muitos e-commerces já perceberam como evitar a perda de dinheiro com as taxas de remessa ao exterior ou permitir maior conforto e privacidade ao seus clientes pela discrição oferecida pela moeda. Ainda que as operações fiquem disponíveis de forma pública para todos os usuários, a origem e o destino da quantia se mantém anônimas. Ou seja, e-commerces de sex shop, por exemplo, que se preocupam com a comodidade de seu cliente quanto ao consumo no estabelecimento, saem ganhando com esse novo modelo de negócio. O cliente ganha ainda mais motivos para fazer suas compras sem se preocupar com fatores externos.

Da mesma forma, os donos de e-commerce B2B, que possuem clientela em outros países, podem sair na frente da concorrência por oferecer um modelo de pagamento que evita a perda de dinheiro. Um consumidor estadunidense pode comprar rolos de tecidos com os bitcoins em dólar e pagar pelos tecidos comprados em um e-commerce brasileiro com a criptomoeda, enquanto o empresário brasileiro responsável pela venda tampouco sofre perdas. Basta que ele venda os bitcoins recebidos em Real e consiga seu pagamento no valor integral.

As transações realizadas pelo bitcoin já foram reconhecidas como legais tanto pelo Governo Brasileiro quanto pelos governos estrangeiros. Ou seja, essa moeda surgiu como um drible às altas taxas de impostos e controle da destinação do seu dinheiro. Fica declarado que esse dinheiro existiu e foi enviado (para que não haja fraude), mas há a manutenção da privacidade financeira. Fique atento à tendência e avalie seu público-alvo e nicho de mercado. Para muitos casos, vale a pena oferecer essa opção de pagamento no seu e-commerce ou comprar a moeda para realizar suas transações em B2B.